tag:blogger.com,1999:blog-37087916746322282452024-02-07T01:14:55.987-03:00Contos & DevaneiosAndré Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.comBlogger55125tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-5985034078144963112010-11-07T14:51:00.001-02:002010-11-07T14:54:23.965-02:00Retorno? Evangelion? Abertura?<div align="justify"><center><a href="http://picasaweb.google.com/lh/photo/7h1OIrzIOwgbyhIljHeSJ_dQVOsoXG_hh5ly_ilk3Kk?feat=embedwebsite"><img height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9Vchzxlc8-_Pzh-9xPcATKNpbrzhYHW0zCTrU7ybs2SKUyi8Emaa7G54m42oNkB3IOSEAgueGerjwUmbRXww9MKNy_3jA-6iGtS4GzDcs-Z9AFUOxwSXSifw0NpRTgQEM1eF76pP3phU/s800/eterno%20retorno.jpg" width="350" /></a> </div></center><br />
<div align="justify">Olá!</div><div align="justify">Ontem eu senti uma saudade forte do blog, mesmo!</div><div align="justify">Fazia tempo que não andava por aqui, absorto em testes, Foucault, UPP, IML e coisas afins, além do período sem criatividade para escrever (paradoxal isso, pois o que mais fiz nesses meses foi escrever, porém nada "literário" e sim muita coisa acadêmica). Creio que com a proximidade das férias o recesso está se findando as ideias ressurgem como lindas fênix (ou fênixs, fênixes enfim...).</div>Para não deixar o pos tão "vazio" resolvi postar um vídeo com a abertura de um animê que gosto muito: Neon Genesis Evangelion.<br />
Evangelion foi um mangá que marcou minha adolescência, no ínicio se mostrou uma historinha meio clichê porém com o passar das edições foi crescendo e mostrando um enredo cheio de meandros psicológicos e complexo. Além de possuir um personagem principal fora dos esteriótipos de poder e coragem.<br />
<br />
<span style="color: red;"><b><i>A partir desse ponto usarei a "tia" Wikipédia para explicar o mangá profundamente:</i></b></span><br />
<div align="justify"><i>Neon Genesis Evangelion (em japonês: 新世紀エヴァンゲリオン Shin Seiki Evangerion?) é uma série de mangá japonês de várias ediçõesNeon Genesis Evangelion (NGE) é uma série que marcou o segmento de animação japonesa (anime) nos anos 90. O enredo é considerado um dos mais complexos já criados para uma animação.<br />
A série enfoca temas diferentes que vão sendo abordados com o desenrolar da trama, começando com um clima mais leve e descontraído que vai se tornando mais e mais denso conforme a trama avança e os mistérios e acontecimentos da história a transformam, em seus episódios finais, em uma aventura psicológica a respeito das relações entre os seres humanos.</i><br />
<i>Evangelion é uma série de ação de mecha apocalíptica que gira em torno de uma organização paramilitar chamada NERV, criada para combater seres monstruosos chamados Angels, utilizando mechas gigantes chamados Evangelions (ou EVAs). Estes mechas são pilotados por adolescentes, que por um mero acaso nasceram no ano do Segundo Impacto, sendo um deles o personagem principal, chamado Shinji Ikari. Com outros adolescentes que foram treinados para usar os EVAs (por serem compatíveis com os mesmos) e com a ajuda dos membros da NERV, eles tentam derrotar os Angels e evitar a destruição do mundo.</i></div><div align="justify"><i><center><a href="http://picasaweb.google.com/lh/photo/Kvh_eK7R8xUM9QV0lAn8ifdQVOsoXG_hh5ly_ilk3Kk?feat=embedwebsite"><img height="329" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7E7OeaungrcJUqSuw_0fydaHf_e-2dDcA9imV7GGRIVo7d1maG2y1VjM14XSBe51pPd1i7NcN5Qut9pLIvsDw3lMekTr0lqW5bfaMYyeeYDdUMAhZ2WF1wIIlfZRrKzrLYru25185gjo/s800/misato.jpg" width="278" /></a></center></i><br />
</div><br />
<div align="justify"><span style="color: blue;"><i>Misato Katsuragi, minha personagem preferida <strike>a ponto de me fazer comprar um cordão igual o dela</strike> </i></span></div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify"><span style="color: blue;"><i><center></center><center><a href="http://picasaweb.google.com/lh/photo/IcQgBuvrRIEr1kUQIf0ClfdQVOsoXG_hh5ly_ilk3Kk?feat=embedwebsite"><img height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjumDBDDltXqMNgaA_4vHkdGfPpCaSSLJApnKN6Pr1oa8o8iyYz6QOSwWj72Hg756aejpJcLOeBb6qciVBazBAaNniifmGo_UzIHlQkHXLgqaa4N0bosIOSYKA6541ZFxfJumt6648ek20/s400/kaworu(tabris).JPG" width="307" /></a></center></i></span><br />
</div><div align="justify"><br />
<div align="center"><span style="color: blue;"><i> </i></span><span style="color: blue;"><i>Kaworu Nagisa a 4º criança</i></span></div><span style="color: blue;"><i> </i></span><i><br />
</i></div><div align="justify"><i>Os personagens de Evangelion estão continuamente lutando com seus relacionamentos interpessoais, seus "demônios" internos, e traumas do passado, criando um complexo familiar de relacionamentos.</i><i> </i></div><div align="justify"><i></i></div><div align="justify"><i></i></div><div align="justify"><i>Anno (criador da série) descreve o personagem principal, Shinji Ikari, como um garoto solitário, e convencido dele mesmo que as pessoas não precisam dele, mas também não comete um suicídio. Ele descreve Shinji e Misato Katsuragi como extremamente "fracos, fraquinhos e fracotes" e "indecisos" em suas atitudes, que são atitudes pouco positivas para classificar alguém como herói de uma história. Quando comparados com estereótipos de heróis, Shinji é caracterizado com o que tem mais força e emoção que por sorte de heroísmo ou bravura. Rei Ayanami e Asuka Langley Soryu, os outros protagonistas, tem falhas e dificuldades similares relacionando com outras pessoas.</i></div><div align="justify"><i><center><a href="http://picasaweb.google.com/lh/photo/kXqmWHoBH1YxDwndysXYnPdQVOsoXG_hh5ly_ilk3Kk?feat=embedwebsite"><img height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXVKjwBZIiQq0a-hzz5UeDzSW2tkw4RLTZKI44FQUtlLI25RCTV11wx6LPM1A4CXtLBlE7EQhTmjPDnzqN-ObGudvdAeoSlc9r896Ayxlz7joUbjzbkKPU-oHIBosJI4pXRmBRMnG8jaY/s400/%5Blarge%5D%5BAnimePaper%5Dwallpapers_Neon-Genesis-Evangelion_lelechan(1_33)__THISRES__70562.jpg" width="400" /></a></center></i><br />
</div><br />
<div align="center"><i><span style="color: blue;">Protagonistas: da esquerda para direita, Rei Ayanami, Shinji Ikari e Asuka Langley </span></i></div><div align="justify"><i> </i><i><br />
</i><i> Os personagens de Yoshiyuki Sadamoto têm contribuído para a popularidade do Evangelion. Os designs atraentes de Sadamoto das 3 líders femininas, Asuka, Rei e Misato, líder por extremos preços de merchandise (especialmente de Rei, a "Premium Girl"), e eles tem sido imortalizados na comunidade dōjinshi, modelos de kit de garagem, e em subseqüente no anime (como Burst Angel).</i></div><div align="justify"><i><center><a href="http://picasaweb.google.com/lh/photo/h7P9JWiGCScPjBR8iHGkXPdQVOsoXG_hh5ly_ilk3Kk?feat=embedwebsite"><img height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOz2bzvqgeINtdhEygKE4Dg7sAm5AJUUeGpax3cgS14wdBbnfGx8D0qbYzZUnZUEeBZX0Fu13uAJTzcQ-HcIAbH6lltBRe3Po2T-foa0n3Nub1QirBBD0ed78GfjxGJbIjSvAWCVKEVBQ/s400/neon_genesis_evangelion_2.jpg" width="400" /></a> </center></i><br />
</div><div align="justify"><i> Abertura:</i></div><div align="justify"><i><center><object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/-dl8QnEDO00?fs=1&hl=pt_BR&rel=0&color1=0x006699&color2=0x54abd6"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/-dl8QnEDO00?fs=1&hl=pt_BR&rel=0&color1=0x006699&color2=0x54abd6" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object> </i></center><br />
<br />
Tradução da música do vídeo: </div><div align="justify">Assim como um anjo cruel<br />
Jovem, torne-se uma lenda<br />
Mesmo este vento azul estando a bater na porta do meu peito<br />
Você, sorrindo e olhando apenas para mim<br />
Como em um sonho, desejar algo gentil que possa sentir<br />
Nem mesmo o seu destino esses seus olhos doloridos podem ver<br />
<br />
Mas quando você vai notar que em suas costas,<br />
Por causa deste futuro distante que você almeja, nasceram asas?<br />
<br />
*A tese do anjo cruel<br />
Logo sai voando pela janela<br />
Se com essa dor ardente que surge<br />
você abandonar as suas memórias.<br />
Abrace este céu e brilhe,<br />
Jovem, e torne-se uma lenda.<br />
<br />
Dormindo eternamente no berço do meu amor<br />
Chegou a manhã em que você é chamado pelo mensageiro dos sonhos<br />
Com a luz da lua refletindo em seus ombros<br />
Você quer parar o tempo no mundo, aprisioná-lo, mas<br />
<br />
Se existe algum sentido em termos nos encontrado<br />
Deve ser para que eu pudesse conhecer a liberdade<br />
<br />
A tese do anjo cruel<br />
Desta forma a tristeza começou<br />
Na forma desta vida que você aceitou<br />
Quando você começou a perseguir este sonho<br />
Brilhe mais que qualquer um,<br />
Jovem, e torne-se uma lenda.<br />
<br />
As pessoas, enquanto tecem o amor, constroem a sua história<br />
Não vou me acostumar a coisas como deusas</div><div align="justify"><br />
<center><a href="http://picasaweb.google.com/lh/photo/Z_DyoOXUOT_w3WY6awu6QvdQVOsoXG_hh5ly_ilk3Kk?feat=embedwebsite"><img height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcmvZ_moGIzjKc1ofzB3S9vsqkStu7u7OFHYM3eDcRt_UwR5iT7osep0wCXK7llxvqR5ua1Aw2rle8Xr273MTxxuEzzqTzqEUAMoe5jRhqev5Y7JFyr4RcH2lRvccpnq-Jnhj1Eo__F7w/s400/neon_genesis_evangelion_46.jpg" width="400" /></a></center></div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-6425435364834512622010-10-07T12:23:00.000-03:002010-10-07T12:23:39.816-03:00O último baile<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"><a href="http://picasaweb.google.com/lh/photo/qkhZ0lABMkhAitqCIkyLUvdQVOsoXG_hh5ly_ilk3Kk?feat=embedwebsite"><img height="227" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjMrLZ99rE4q4DJYF25TzV9ZoxzoqgehAP6Nlp7cXYW-4GKrXVczGYDmxzgUHmPLirVVCJyuhMl5AJPXtcMtqQSbmkaU3dhEjbq3Y4bJb05KIkdJngabBgMD2WUVDRymII1TsxAeTGk2-o/s400/Aur%C3%A9lio_de_Figueiredo_-_O_%C3%9Altimo_baile_da_Ilha_Fiscal_(Manaus).JPG" width="400" /></a></span></span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Preparou tudo de forma minuciosa, pois eles mereciam e seria um modo de deixar sua consciência tranqüila, ou menos pesada. Conseguiu os doces pela metade do preço, assim como os salgados, a bebida foi dada por um distribuidor. Pensou como a guerra juntava as pessoas numa solidariedade sombria. O patriotismo levado ao extremo. Tudo pelo país, até mesmo mandar a juventude para a morte certa.</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">A banda que irá tocar chegou no horário marcado, enquanto eles se preparavam arrumando instrumentos ouviam as instruções do organizador do baile. Instruções claras e precisas: somente músicas alegres e de exaltação, nenhuma de recriminação à guerra. Nunca, jamais.</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Os jovens começaram a chegar, os meninos se sentindo homens ao serem recrutados para lutar, a maioria só conhecia guerra de filmes. Veriam depois que os filmes mentem. As meninas doidas para namorar um futuro herói de guerra e já sabia o discurso de mulher de herói que usariam, além do vestido lindo a ponto de matar as outras de inveja.</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">O garoto de óculos fundo de garrafa (recrutado por total falta e opções) ficou no canto, quieto. Fitou as pessoas dançando felizes antes de irem para o campo de batalha, observou-os sem o desejo carnal que o consome e sim com o olhar de um pai sabendo que o futuro do filho será nebuloso.</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Entre abraços e “olás” viu-os indo e vindo, ficou feliz ao ver o garoto de óculos conseguir tirar alguém para dançar. Excomungou quem decidiu chamar esse menino para a guerra, seria o primeiro a cair possivelmente. Segurando a parede com as costas escutou a conversa do jovem de óculos com a menina, ele prometeu voltar e ela prometeu esperar por ele, o jovem deu um colar com um santinho para ela e ela o pôs no pescoço e prometeu tirar somente quando ele voltar, para devolvê-lo. </span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">O baile acabou cedo e os rapazes orgulhosos dentro do uniforme foram embora levando as meninas em casa, uns fazendo mais do que somente as deixarem </span></span><st1:personname productid="em casa. O" w:st="on"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">em casa. O</span></span></st1:personname><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> menino de óculos foi um do que somente deixaram as meninas </span></span><st1:personname productid="em casa. Deu-lhe" w:st="on"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">em casa. Deu-lhe</span></span></st1:personname><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> um beijo e prometeu voltar para ela e pediu para a moça sempre usar o cordão até quando ele voltar da guerra antes disso nunca tirar.</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">O cordão ficou no seu pescoço até o dia de sua morte, e o jovem nunca voltou para buscá-lo e nem poderia, pois nem da guerra voltou...</span></span></span></div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-23513716266559615952010-09-01T12:00:00.000-03:002010-09-01T12:00:07.883-03:00A Pergunta<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Deitado na cama, vendo sua mulher se olhando no espelho só de lingerie ele rezava para não ouvir aquela pergunta, se pudesse ficaria de joelhos só para não Ter que responde-la</span></span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">e até agora nenhum sinal alertava que ela seria feita.</span></span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Até que:</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 2.25pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Benhê, você acha que eu tô gorda?</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 2.25pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Pronto! Uma ogiva nuclear cai na cabeça dele, Hiroshima e Nagasaki eram pinto perto daquela pergunta e agora? Que resposta dar? Olhava para o alto como se buscasse algo no cérebro, como se este fosse uma gaveta de cuecas.</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 2.25pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Hein amor! Eu acho que ganhei uns quilos, deve Ter sido aquela visita a tua mãe, aquela comida toda parece que ela faz de propósito só pra me engordar!</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 2.25pt; text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Respirou fundo para se acalmar e poder responder sem dar margem a desconfianças.</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 2.25pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Não amor, você tá com um corpo ótimo, parece uma menininha.</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 2.25pt; text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Um sorriso saiu de seus lábios, uma tentativa frustrada de não Ter represálias, porém:</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 2.25pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Tá mentindo! Falou só porque quer dormir, você deu o sorriso falso número dois querido, eu não perguntei se tava boa ou ruim e sim se estava gorda! Você usou uma boa tática rapaz, veio com agrado distorceu a pergunta e tentou uma comparação, não funcionou!</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 2.25pt; text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Pronto explodiu a ogiva, bem na cabeça dele: - Que isso amor! Eu disse a verdade.</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 2.25pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Hahahaha, como você pode fazer isso comigo!?!? Dizer que eu pareço até uma menininha!</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 2.25pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Ele, tentando entender aquilo: - Mas você é minha menininha, meu bebê</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 2.25pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Não, não e não, você não disse algo do tipo “você é uma menina”, você disse: “você é como uma menina”</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 2.25pt; text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Perplexo com aquele detalhe gramatical ele: - E qual a diferença do que eu disse, foi um elogio querida, só isso vamos dormir amor, você é linda de qualquer jeito.</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 4.5pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Mais uma agora! Primeiro a diferença e que vc disse que eu pareço uma menininha, logo não sou mais uma menininha, portanto sou uma velha, e isso o que você quis dizer, que sou passada, obesa, que meus peitos estão caindo, uma velha! E agora mais uma! Você quer me deixar louca! Como assim sou linda de qualquer jeito? Está insinuando que eu sou linda mesmo estando gorda? Não, não me diga que não foi isso que quis dizer porque foi sim!</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 4.5pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Tentando esconder a risada ele olha pra esposa que no momento bufa igual um touro bravo: - Amor, entenda, você é linda e tudo na minha vida, sem você eu não conseguiria viver, você não está gorda você é linda.</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 4.5pt; text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Esperando que o acordo de paz fosse selado, na cama ficou esperando a resposta dela que já não bufava mais agora parecia uma lebre, ou coelho se assim desejar, e ele esperava que ela também estivesse com a mesma disposição sexual do coelho.</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 4.5pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Tudo bem, me ganhou pelo discurso bonito vindo de você isso é poesia.</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 4.5pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Agora sim ele poderia satisfazer seus desejos, com a mulher falsa-magra-gorda, ela veio em sua direção com sua sensualidade feminina, peculiar e estranha, sorrindo.</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 4.5pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Boa noite querido, obrigado por sempre me por pra cima. E beijou sua testa, ajeitou o travesseiro, virou e dormiu.</span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-89682942447099798272010-08-26T09:52:00.002-03:002010-08-26T09:52:36.362-03:00Recomeço<div class="MsoNormal" style="margin-left: 6.0pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Recomeço – disse para si mesma diante ao espelho tentando sentir firmeza nas próprias palavras – Preciso recomeçar, voltar à rotina. Viver.....</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 6.0pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Pegou a blusa e jogou na cama revoltada.</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 6.0pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Essa não! Preciso de algo melhor para usar nesse momento, algo radiante e único. Recomeço.</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 6.0pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Achou a roupa certa, vestiu-se, repetiu a palavra de ordem, recomeço, e saiu. Olhar de superioridade, corpo gingando pelas ruas provocando o “sexo forte” e na mente a palavra repetida exaustivamente, recomeço, recomeço, recomeço.... Parou defronte ao prédio, olhou seus inúmeros andares, todos com janelas verdes refletindo o sol quente do dia de verão, continuou a repetição da palavra, criou coragem e subiu as imponentes escadas que levam a entrada do prédio, caminhou entre executivos com gravatas ridículas, outro, mais jovem, com uma cara obvia de quem ali não queria estar, provavelmente deseja torrar no sol e não ficar ali coberto dos pés a cabeça.</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 6.0pt; text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Entrou no elevador, lotado, e aguardou o seu andar entre conversas sobre cotações, futebol, o capítulo de ontem da novela das oito “Quem deve ficar com Joana” o gordo perguntava para a mulher e ela: “O Henrique porque ele é mais bonito”, não conseguiu disfarçar um riso debochado ao escutar um assunto tão comum e banal num lugar tão ostentativo como ali. O elevador parando em cada andar e esvaziando pouco a pouco até que chegou a vez dela sair, saiu respirou fundo, mentalizou seu mantra particular e principiou a andar, devagar, sem pressa.</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 6.0pt; text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">A porta dupla de vidro fume com letreiro branco e dois seguranças, um de cada lado, surgiram diante dela, interrompeu seus passos, ignorou o olhar curioso e ameaçador dos seguranças por instantes, repetiu mentalmente e uma vez falou num tom meio alto, deixando os seguranças sem entender nada, recomeço. Entrou.</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 6.0pt; text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Olhos curiosos a perseguiram na sala luxuosa e cheia, observou todos com um certo olhar de superioridade e arrogância e sentou-se na poltrona e esperou, o tempo passava o número de pessoas diminuía gente entrando, gente saindo e ela olhando revistas antigas com a palavra na cabeça. Recomeço. Ouviu seu nome ser chamado pela secretária feia e mal-educada, atendeu-a prontamente, levantou-se, ajeitou a roupa e andou com passos calmos e triunfantes. O homem, mal vestido e entediado, a mandou entrar no escritório, mandou-a sentar e questionou-lhe o que ela fazia ali. Ela disse com toda a convicção.</span></span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="margin-left: 6.0pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Vim concorrer a uma vaga de emprego na sua empresa e seu que conseguirei – disse confiante – recomeço – pensou.</span></span></span></div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-74867002466611688452010-08-14T12:00:00.000-03:002010-08-14T12:00:02.598-03:00Doze Anos<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"><a href="http://picasaweb.google.com/lh/photo/ZN5br0nEmnbUk259K1gS2PdQVOsoXG_hh5ly_ilk3Kk?feat=embedwebsite"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_j3B84RA6ukcHeHLs6rFm9Pz6kmfwpt4Ih0a9bydZ39kjgNvwizHGedWXq3-7tBj6nd9x_xMHNme8p2ly11TneSxCfaZv1BM_lAA3ylPB9yR7VZ8Jnew2alyrgpICePouJa1bR7EYjiA/s800/slumdogmillionaire02.jpg" /></a> </span></span></div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">A porta foi arrombada com um chute, a luz da rua mostrava no chão do casebre a sombra de um homem segurando uma arma. Com a mira ótima acertou direto na cabeça da mulher, tingindo de vermelho seu corpo negro suado. As mulheres poderiam ser descartadas, pois eram muitas, os homens não, pois as baixas da guerra civil eram consideráveis. Encontrou um monte de ossos e pele tremendo num canto do quarto com as lágrimas descendo pelo braço, o levantou e o levou consigo. Voltando ao acampamento o “soldado” comemorava sua captura, mais um recruta para a guerra. Pouco importou-lhe o fato do recruta ter doze anos.</span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Em outro lugar, sem guerra civil e surto de doenças e sem tanta pobreza, a menina junta as moedas que conseguiu, movimento fraco culpa do medo e da violência, diriam alguns intelectuais, a menina achava que era somente má sorte. Graças ao que conseguiu aprender na escola, antes de ser obrigada a deixá-la, fez a conta das moedas e esboçou um sorriso. Saiu em disparada para casa, abriu a porta, pegou o irmão no colo e foi ver se a mãe estava no quarto, a encontrou na imundice do quarto, entre garrafas e seringas usadas. Deu o dinheiro para ela e ao ouvir a reclamação, alegou movimento fraco e que voltaria para o sinal, agora com o irmão e colo junto. Levou o garoto sim, mas não para o sinal o levou numa lanchonete e com os olhos ávidos e chorosos, pediu dois sanduíches. Comemorou seu aniversário e doze anos antes de voltar para o sinal.</span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Mais longe, quase como em outro mundo o aeroporto parecia uma torre de babel, várias línguas sendo faladas, japoneses e suas viseiras esquisitas, ou seriam chineses? Talvez coreanos? Tanto faz, para ele pouco importava, somente o destino de sua viagem, sua mãe levou duas malas, além da clássica mala da Victor Hugo que sempre leva para viajar e que já pensava em trocar por já ter seis meses de uso. O menino já considerava a bolsa ultrapassada, assim como seu aparelho de MP3, já existia um mais moderno que seu pai prontamente disse comprar assim que desembarcassem da aeronave. O vôo iria partir e em algumas horas ele estaria novamente em orlando – a segunda vez esse ano – vendo o camundongo de bermuda vermelha e seus amigos.</span></span></div><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-9813439989975265002010-08-07T12:00:00.001-03:002010-08-07T12:00:00.893-03:00Conto de dia dos pais<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial";"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;">Todo o procedimento durou três anos, a maratona de visitas, entrevistas e análises de psicólogos foi cansativa e irritante. Tudo por ela.</span></span></span></div><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial";"><span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"> </span></span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;">A conheceu numa visita voluntária, entre pequenos problemáticos e possíveis marginais, lá estava ela alheia a tudo imersa em sua própria dor. Parecia bem mais velha no alto de seus quatro anos. A tristeza quieta dela o cativou, procurou mais sobre a menina e descobriu uma história onde o binômio pobreza-violência guiava os passos de todos. Decidiu adotá-la.</span></span></span></div><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial";"><span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"> </span></span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;">Fez algumas visitas ao abrigo, queria e precisava conhecê-la melhor. O contato no foi fácil e nem calmo, ela tinha a marca da violência: a desconfiança total de tudo e todos. Após transpassar o muro erguido pela pobreza e violência um jardim se revelou, florido, imenso e colorido. Era o coração apaixonante da criança de quatro anos.</span></span></span></div><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial";"><span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"> </span></span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;">O coração, seu sorriso triste e sua fala calma e cheia de erros de português eram encantadoras. Ela seria sua filha não importa o que houvesse.</span></span></span></div><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial";"><span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"> </span></span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;">A justiça foi como sempre é, lenta, e a lentidão do processo os aproximou criando raízes, presentes e um quarto todo rosa para ela. Quando o juiz a deu para ele, as lagrimas escorreram por seus olhos verdes. E hoje a menina com seus oito anos dorme tranquila no quarto ao lado. Pelo menos ele acha.</span></span></span></div><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial";"><span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"> </span></span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;">Canhestra, ela abriu a porta verde-claro do quarto. Segurava uma bandeja com o café-da-manhã, preparado com a ajuda da empregada. Sorrindo sua voz era a felicidade:</span></span></span></div><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial";"><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;">- Feliz dia dos pais, papai!</span></span></span></div><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"> </span></span><div class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial";"><span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"> </span></span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;">Ele era lágrimas e felicidade.</span></span></span></div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-69320351967129488342010-08-01T12:00:00.000-03:002010-08-01T12:00:02.830-03:00Os vaga-lumes<div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"><a href="http://picasaweb.google.com/lh/photo/RNp1XiEuIuH_aMEypGdHvPdQVOsoXG_hh5ly_ilk3Kk?feat=embedwebsite"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvErrlAeIEEMdTUgg8ulvHefEU79IBArTQGtLhlb1SGzIWRzVQQ-V4hapVpDcpPgqLzbzmB3ZmF7fkH8vS56tJ5SHhiivjqYuKMNMH6b-s342KBzOfbysiBfalIecX5AZsg8rrcycg50E/s800/vagalumes-1.jpg" /></a> </span></span></span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">A lua destoava da escuridão que imperava naquela noite sem nuvens e nem estrelas, ele andava sem pressa, pisando com o “All Star” vermelho de cadarços pretos. Arrumou o boné e tocou a campainha da casa e aguardou até ela abrir a porta, com os cabelos meio molhados, uma camiseta branca, calça jeans e o surrado tênis que ele adora. Beijou-a de forma serena e como sempre sentiu o mundo girar sem precisar sair do lugar.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">A segurou pela mão e foram para o lugar aonde ele queria lhe fazer o pedido tão ensaiado em seu quarto. Pegaram um ônibus para chegar, andaram por vinte minutos e enfim chegaram “lá”, era um lugar alto, podia se ver a cidade e suas luzes frenéticas à esquerda e a direita se via um lago silencioso e apesar dos mosquitos o lugar era romântico. Sentaram-se na grama e olharam o horizonte, engraçado como ali sozinhos podendo fazer tudo eles preferiram ficar juntos olhando o horizonte.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Comeu o biscoito deitado com ela recostada sobre seu peito, ele agradeceu a idéia que sua mãe teve de colocar repelente na mochila.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Noite linda, não é Parsifal? – engraçado como ela achava que seu nome ficava bonito dito por ela.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Concordo.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Poderia ficar aqui para sempre – disse ela com os cabelos escondendo o rosto.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Para sempre? Aí veríamos o dia e a noite, o dia e a noite, o dia e a noite, dia e noite... – disse balançando a cabeça.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Viraria rotina.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Exato! E como eu sei bem que você odeia rotina...</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-Exato – repetiu o tom de voz dele – Parsifal, acho melhor a gente ir embora, ta ficando meio tarde.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Ela tirou a cabeça do peito dele e se levantou e esticou os braços na direção dele que a segurou, a envolveu em seus braços e a beijou.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Verônica – empostou uma voz solene – você gostaria de ser minha namorada oficialmente?</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- O que você acha? Claro!</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">O vento fez a sua parte fazendo as folhas voarem e os vaga-lumes se espantarem, iluminando com um tom verde a escuridão em volta dos dois. Como cena de filme romântico</span></span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-35273848507842114012010-07-25T12:00:00.001-03:002010-07-25T14:35:15.975-03:00O vilão<div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 9.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"><a href="http://picasaweb.google.com/lh/photo/OHLwlE3NOQQ6DRVktwE39PdQVOsoXG_hh5ly_ilk3Kk?feat=embedwebsite"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitiZ1hRagHY_8ZYHbugaFpTQGaDZPF3RfIy6KYa1vq2RBK0ZqleJfzTCVmAD7QYiTm6yScGIcVBjHCdnyx8R1pp9ICwHQ4lYbVrt6XxuyWN3SHgIT5ybi9ywziMEauGnSYtMBT7adikEY/s400/marvel1985.jpg" /></a> </span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><br />
<span style="font-size: 9.0pt;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"><br />
</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-size: 9.0pt;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> As mulheres esperneavam e os homens assombravam-se, todos na cidade pararam para ver o derradeiro truque do vilão, a polícia pouco podia fazer contra ele – poderia até se esforçar mas com um herói como aquele na cidade não havia motivo - , e eis que ele surge dos céus voando com sua bela capa e seu uniforme colado no corpo escultural. Pousa e com as mãos na cintura ameaça o vilão, que desdenha e continua ali inerte, provocante.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 21.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 9.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-</span></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; line-height: normal;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Me diz herói, por que gosta tanto disso? – perguntou o vilão.</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 21.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 9.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-</span></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; line-height: normal;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Eu vivo para salvar os outros, sabe disso – respondeu ele seguido dos aplausos dos cidadãos.</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 21.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 9.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-</span></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; line-height: normal;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Sei..... vive para salvar os outros, em outras palavras vive para alimentar seu ego.</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 21.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 9.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-</span></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; line-height: normal;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Nunca, eu amo ser herói.</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 9.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 9.0pt; text-align: justify; text-indent: -6.0pt;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-</span></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; line-height: normal;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Isso! Ama ser herói! Todas as capas de jornal com você estampado, as mulheres enlouquecidas correndo atrás de você.</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 21.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 9.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-</span></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; line-height: normal;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Quieto vilão, te levarei preso.</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 21.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 9.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-</span></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; line-height: normal;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">E eu fugo.</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 21.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 9.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-</span></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; line-height: normal;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Te caçarei até o inferno se for necessário.</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 9.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 9.0pt; text-align: justify; text-indent: -6.0pt;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-</span></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; line-height: normal;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">E por que você com tanta força e tanto poder não me mata logo? – disse o vilão com frieza – seria mais fácil para todos, não acredita nisso?</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 21.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 9.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-</span></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; line-height: normal;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Eu não mato ninguém, nem mesmo meus inimigos.</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 21.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 9.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-</span></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; line-height: normal;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Não mata por que se matar perde a popularidade, admita herói você precisa de mim!</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 21.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 9.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-</span></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; line-height: normal;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Deixe de besteiras.</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 9.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 9.0pt; text-align: justify; text-indent: -6.0pt;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-</span></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; line-height: normal;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Claro que precisa, se eu não roubar nada e tudo ficar bem as pessoas esquecerão você e acredite, elas sempre esquecem. Logo para ser lembrado precisa de um vilão!</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 9.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 9.0pt; text-align: justify; text-indent: -6.0pt;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-</span></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; line-height: normal;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Não fale mentiras.</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 9.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 9.0pt; text-align: justify; text-indent: -6.0pt;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-</span></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; line-height: normal;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Então me mate! – e abriu as pernas e braços como um alvo humano – sabe que se me matar perde sua glória de bom moço. Vigilantes não são bem vindos, provavelmente seu ego não suportaria!</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 9.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 9.0pt; text-align: justify; text-indent: -6.0pt;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-</span></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; line-height: normal;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Não!</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 9.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 9.0pt; text-align: justify; text-indent: -6.0pt;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-</span></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; line-height: normal;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Como pensei, VOCÊ É O MEU MAIOR CÚMPLICE!</span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 9.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Um soco foi suficiente para mata-lo, todos ao redor gritaram de pavor e em poucos segundos o grande herói viu que sem um grande vilão ele não iria existir realmente.</span></span></div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-34185783444505144982010-07-18T12:00:00.001-03:002010-07-18T12:00:03.832-03:00Mais uma de amor<div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">O fone de ouvido o desligava do mundo ao seu redor, alguns psicólogos diriam que é um método de fuga, ele acha que é uma forma de ninguém o perturbar. Ali com os ouvidos atentos a musica do Renato Russo, Thales olhava o nada matando aula. Física quem precisa disso? Ele se chama Thales e não Newton, não precisa saber física.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Sentado na parte de trás da escada Thales rabiscava o caderno tentando desenhar algo que nem de muito longo parecia um desenho e sim um rabisco infantil. Estava tão entretido que nem a viu chegar, só percebeu o tênia rabiscado com caneta, tinteiro talvez, vermelha e o cadarço azul claro. Levantou a cabeça e viu o corpo pequeno e frágil na sua frente, os longos cabelos negros até abaixo da metade de seu comprimento e a partir dali azuis. Ela começou puxando assunto:</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Posso sentar?</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Senta – voltou a se entreter com sua tentativa de criação de desenho.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Ela sentou, do lado oposto ao dele com os joelhos protegidos pelos braços, tamborilando com os pés. Thales começou a se irritar com a menina e lançou um olhar reprovador, ela percebeu e sem graça parou com o tique até começar a batucar com as mãos.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Algum problema garota? – perguntou sem paciência.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Nenhum – disse ela com as mãos nervosas batendo nos joelhos</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Imagina se tivesse algum... – deboche puro – você não consegue ficar quieta não é?</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Mesmo com o fone no ouvido consegue ver que estou me mexendo.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Como você mesma disse eu consigo ver, o fone tampa meus ouvidos e não meus olhos.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- E o que está escutando com seus ouvidos?</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="tab-stops: 237.0pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Renato – respondeu sem vontade.</span></span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Não curto muito.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- E eu com isso? – disse ele</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Você é sempre estúpido assim?</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Não! Sou assim somente nos dias pares dos meses ímpares e nos dias ímpares dos meses pares.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Hoje é dia seis de junho, então deveria ser educado.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Dá licença, vou para a aula de física é melhor.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Levantou tão transtornado que nem percebeu que deixou o livro no chão, ela só percebeu depois que ele já tinha ido, pegou o livro e o folheou com curiosidade, observou que o jovem não era muito caprichoso, resolveu devolver o livro para ele. Chegou e ficou parada em frente a porta da sala dele, o livro lhe indicou o caminho assim como também lhe disse o nome de seu dono, Thales, ela achou um nome bonito. Bateu na porta e esperou até a professora com cara de desanimo abri-la.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Oi! – disse ela</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- O que você quer Verônica? – disse a professora – estou no meio de uma aula.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Desculpa, é que um aluno esqueceu o livro atrás da escada – falou procurando por Thales, ao encontrá-lo continuou – aquele rapaz ali – apontou.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Ele em um canto morria de vergonha.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Posso devolver? – perguntou ela</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">A professora fez um sinal para ela entrar, os alunos fizeram a algazarra de sempre, ela, vitoriosa, entregou o livro para o rapaz sorriu e agradeceu a gentileza da professora. Depois de agüentar o deboche dos colegas de classe, jogou o livro na mochila. Na saída, imerso em pensamentos e música nem a viu parada em pé na parede. Ela o seguiu e depois de minutos de perseguição:</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Vai continuar me seguindo? – questionou de costas para ela e sem tirar os fones do ouvido.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Eu não estou te seguindo – disfarçou ela.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Quieta, sem me ultrapassar e parando a cada movimento brusco meu e não está me seguindo? Conta outra! O que você quer? Já me fez pagar um mico na sala e agora vai me fazer pagar um na rua?</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Não, eu queria saber se você gostaria de sair para beber um refrigerante...</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Eu não bebo refrigerante</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Entendo – ela começou a ir embora</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">- Mas aceito um suco ou um açaí.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br />
</div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-46830581990307916722010-07-14T12:00:00.001-03:002010-07-14T12:00:04.053-03:00Procure cia. aérea<div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 9.0pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Olhou para o painel com números e horários. Ignorou as palavras atrasado e cancelado que apareciam do lado direito de sua visão. Buscou, buscou e buscou até encontrar o culpado por sua ansiedade e fez uma careta estranha ao ler a mensagem “procure cia. aérea”. Percorreu o saguão de desembarque e chegou até o embarque em aproximados cinco minutos, desviando de malas e pessoas apressadas e seus óculos escuros para proteger do sol que sabe Deus onde foi se meter no meio do dia nublado.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 9.0pt; text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">No terminal de embarque buscou por algum funcionário. O primeiro lhe ignorou e o segundo pouco sabia sobre o assunto. O terceiro esse sim, soube explicar a situação e pediu educadamente para ele aguardar que em uma hora aproximadamente a aeronave chegaria ao seu destino e melhor seria ele voltar para o desembarque. Uma hora – aproximadamente – e o gigante tocaria o solo.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 9.0pt; text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Resolveu comer algo. Desistiu depois do terceiro restaurante, foi comer no moço que vendia salgados numa bicicleta rezando para não passar mal depois de ingerir aquilo, por hora pensou somente que estava gostoso. Voltou para sua posição: à frente do televisor com os vôos de chegada e percebeu que a mensagem “procure cia. aérea” permanecia no painel. O relógio dizia que vinte minutos se passaram desde quando ele falou com o salvador funcionário e por isso o nervosismo o cegou.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 9.0pt; text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Correu para o setor de embarque novamente, atropelou duas mulheres e a moça com o esfregão na mão, nem pediu desculpas, procurou pelo tal rapaz e não o localizou. Questionou seu paradeiro para uma moça e ela educada e sorridente disse que o rapaz já tinha ido para casa e se ela poderia ajudar. Com o nervosismo turvando-o cuspiu palavras desconectadas pediu para falar com o superior aos berros, descontrolado e assustado temendo o pior.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 9.0pt; text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">A jovem entrou numa porta para chamar o tal superior e ele nervoso conferiu as horas. Trinta minutos. A menina voltou e pediu para ele aguardar, pois o superior encontrava-se ocupado. Quarenta minutos passaram desde quando o falaram da previsão de decolagem. O superior surgiu da porta e foi ao seu encontro, esperou ele cuspir tudo que tinha para cuspir e disse com calma que a aeronave do vôo já estava em solo e o desembarque já ocorria.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 9.0pt; text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Na volta para o setor de desembarque, correndo novamente, conseguiu desviar de todos os obstáculos humanos e derivados. Foi interrompido pelo som da grave voz a muito conhecida. Procurou no sentido do som e encontrou o dono da voz. Os olhos encheram de água e foi com os braços abertos ao encontro do homem baixo e com cara de desconfiado, o motivo e todo seu nervosismo. O ergueu e disse a palavra que resumiu todo seu sentimento: pai.</span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-left: 9.0pt; text-align: justify;"><br />
</div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-66533113739162191242010-07-07T21:58:00.000-03:002010-07-07T21:58:02.329-03:00Neurose<div align="justify" class="MsoBodyTextIndent" style="tab-stops: 9.0pt; text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"></span></span></span></span></div><table style="width: auto;"><tbody>
<tr><td><a href="http://picasaweb.google.com/lh/photo/zuWLKBtvx2Szk-uHooT1ivdQVOsoXG_hh5ly_ilk3Kk?feat=embedwebsite"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhR1aUh3BNxvbd2XoF715cautkkLA8JL4N1ydswJ5urCBDUqJkYPcTeIbw3mJibd9rtNZbd775qQJNI96oupi4w8NK_2etcYOxdA16G7S0OjcT6pa_2G7jti1PCF_l6Xc7XWjATFwNUpjI/s800/neurose.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td style="font-family: arial,sans-serif; font-size: 11px; text-align: right;">De <a href="http://picasaweb.google.com/andreluizpsicologia/ContosDevaneios?authkey=Gv1sRgCIbIzJycm5Picw&feat=embedwebsite">Contos & Devaneios</a></td></tr>
</tbody></table><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span><br />
<div align="justify" class="MsoBodyTextIndent" style="tab-stops: 9.0pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">O espelho refletia uma imagem comum e sem problemas, o cérebro, por sua vez, mostrava uma mulher gorda e cheia de defeitos. Tinha de sair, o espelho não pode prendê-la, apesar de amedontra-la toda vez que se via refletida nele. Segurou com nojo uma banha, vista somente por seus olhos, olhou para o espelho mostrando para ele sua imensa banha.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoBodyTextIndent" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 9.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 9.0pt; text-align: justify; text-indent: -6.0pt;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-</span></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; line-height: normal;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span></span></span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Viu! – gritou para o espelho – isso é uma banha! Banha! Gordura! Como posso estar gorda desse jeito, se como tão pouco! – disse olhando para seus olhos refletidos – e esse cabelo? Nunca fica bom! Todos na rua me olham por causa dele, devem me achar a mais ridícula das mulheres sobre a face da Terra, com o cabelo mais feio de todos. Essa escova de morango não adiantou de nada! – disse puxando seus próprios cabelos – e os seios? – disse aparando-os com a mão – caídos e eu ainda estou tão jovem, essa vida sofrida me envelheceu anos e anos! E essas roupas? Cafonas, pareço uma velha...minha avó se veste melhor, Iran se separou de mim por causa das minhas roupas, tenho certeza disso!</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 3.0pt; tab-stops: 9.0pt; text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Parou seu devaneio com o bater da porta de seu quarto.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 21.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: 9.0pt list 21.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-</span></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; line-height: normal;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span></span></span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Hora de sair – disse para o espelho.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 3.0pt; tab-stops: 9.0pt; text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Vestiu-se, com certo nojo de suas roupas e seu corpo, prendeu os cabelos e caminhou pela rua olhando por todos os lados.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 9.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 9.0pt; text-align: justify; text-indent: -6.0pt;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-</span></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; line-height: normal;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span></span></span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Estão me olhando, eu sei! Uma mulher feia como eu não pode passar despercebida bem no centro da cidade. </span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 3.0pt; tab-stops: 9.0pt; text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Chegou aos tropeços no elevador e ao entrar no consultório mulheres já a esperavam ansiosas. Chamou a primeira e começou a consulta. A mulher linda e jovem, achava-se gorda e horrenda, um insulto para qualquer ser humano comum. Enquanto a jovem mulher falava seus problemas ela fingia escutar por detrás da prancheta e assim foi pelo dia inteiro, mulheres lindas se achando feias e outras pessoas contando seus problemas.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 3.0pt; tab-stops: 9.0pt; text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">No fim do dia, saiu e fechando a porta do consultório podia-se ver a placa de madeira.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 3.0pt; tab-stops: 9.0pt; text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 3.0pt; tab-stops: 9.0pt; text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">“Dra. Ana Paula Schneider – Psicóloga” </span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 3.0pt; tab-stops: 9.0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 3.0pt; tab-stops: 9.0pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Em casa novamente se via diante do espelho denunciador, juntou coragem e disse tudo que se entalou em sua garganta durante os dias inteiros de trabalho e pacientes.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 9.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 9.0pt; text-align: justify; text-indent: -6.0pt;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">-</span></span><span style="font-family: "Times New Roman"; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: 400; line-height: normal;"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span></span></span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Se elas podem se sentir feias, sendo lindas como são, quem sou eu para me sentir bonita! E todo dia a mesma coisa, vêm essas modelos, altas, lindas, sem gorduras no corpo e com problemas com o corpo! Por que eu, simples mortal não posso me sentir feia.</span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 3.0pt; tab-stops: 9.0pt; text-align: justify;"><span><span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;"> </span></span></span><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><span style="font-size: small;">Decidida a ganhar essa batalha com o espelho, deu um último ataque, os pedaços repartidos de seu reflexo espalharam-se pelo quarto alguns chegaram a atingir seu rosto, sangrando-o, ela ignorou a dor, afinal venceu a batalha. Pelo menos por hoje.</span></span></span></div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-69244230791937761132010-07-04T12:11:00.001-03:002010-07-04T12:11:59.243-03:00Primeiro monólogo<div align="justify"><span style="font-family: "Verdana", sans-serif;"><br />
Er....Oi! tudo bem? Eu sento aqui né? Posso deixar o celular ligado? Tô esperando uma ligação é importante, obrigado muito gentil você, essa poltrona é fofa, gostei dessa cor! Onde você comprou? Ah era da sua mãe ai você reformou menino você PRECISA me passar o telefone e endereço desse estofador ele é perfeito. Bom você quer saber sobre o que? Sobre como é minha rotina? Minha vida conjugal? Desculpa bemzinho, sou separada. Por que? Querido, porque alguém se separa ultimamente? Ou porque o marido é gay ou ele te trata como uma empregada de luxo ou não dá conta do recado, o que nos obriga a procurar um lindo rapaz surfista bem dotado e sarado, ou por ti trocar por qualquer cerveja e jogo de futebol.<br />
Vou falar sobre meu casamento passado então. Conheci ele por intermédio de uma amiga em comum, nos vimos gostei dele bom papo bonito charmoso e cavaleiro um homem perfeito vamo combinar né querido, naquela noite eu não cheguei a ficar com ele eu me valorizo dei a entender que queria beija-lo mas não beijei, deixei ele na vontade dias depois essa tal amiga disse que ele perguntava por mim direto que tinha me achado linda, simpática, inteligente, enfim tava dizendo a verdade pois sou isso mesmo hahahahahahahaha, desculpe querido me exaltei, continuando: marcamos de sair pra beber um chopp em frente a praia. E durante umas semanas ficamos nos vendo.<br />
Após um mês vendo-o com certa freqüência já estávamos ficando íntimos e eu achei que já era hora de irmos para os finalmentes, bom foi perfeito ele foi lindo gentil quando tinha que ser tinha pegada muito gostoso, muito mesmo. Me levou café na cama com um pedido de namoro, aceitei na hora afinal ele era perfeito demais para eu deixa-lo escapar assim, parecia um sonho aquele homem que era um perfeito príncipe encantado estava me convidando para sair com ele em seu cavalo branco e cavalgar por campos floridos e ver o por-do-sol de frente para o mar. E a cada dia do namoro ele era mais perfeito me fazia surpresas, me levava para jantar, me dava presentes, me ligava só para dizer que me amava, um sonho.<br />
Um ano depois ele continuo da mesma forma e eu cada vez mais apaixonada por ele já pensava em casar, ele marcou um jantar comigo disse para eu ir bem bonita e que tinha uma surpresa para mim e eu fui com o coração na mão esperando um pedido de noivado. Cheguei lá e sentei na mesa, ao sentar violinistas vieram e começaram a tocar músicas lindas ele se levantou se ajoelhou ao meu lado e me disse: “Quer ser minha noiva? Eu te amo” e pôs o anel no meu dedo e eu que nem mocinha de novela chorando desesperadamente e desmanchando a maquiagem aceitei com minhas bochechas sujas do preto da sombra que estava no meu olho. Fui ao banheiro seguida pelas palmas de todos no restaurante, olhei–me no espelho com a maquiagem toda borrada mas tava feliz .<br />
Voltei linda pra mesa, com maquiagem retocada e com o coração à mil jantei com ele. Saímos e fomos andar pela orla da praia juntos achando graça de tudo, cheguei a tomar um banho de mar de tão feliz que eu estava. O noivado seguiu o mesmo ritmo do namoro e em alguns meses nos preparávamos para o casamento, tudo ficou lindo, igreja, padrinhos, noivos, até a mãe dele conseguiu ficar bonita, e olha que isso é quase impossível. Passamos a lua de mel na Bahia um mês lá. Quando voltamos fui conhecer o apartamento que ele alugou para nós, mudei algumas coisas de lugar porque homem não sabe arrumar nada direito mesmo.<br />
E nos dez anos seguintes o cavaleiro se transformou num monstro, deixou de ser gentil, começou a engordar não reparava em mim mais nem me levava pra jantar, ficava Domingo vendo televisão e bebendo cerveja, enfim cai do cavalo branco do príncipe encantado. Querido, meu celular está tocando espera um pouco sim? Alô, oi querido! Tudo bem com você txutxuco? Eu sei eu já estou indo. Desculpa era meu fofo, ele é lindo gentil, fofo e cavaleiro, tô com ele a um mês e meio uma amiga me apresentou...</span><br />
</div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-12500154919677897532010-06-22T12:20:00.002-03:002010-06-22T12:20:00.461-03:00O inquisidor e a bruxa - parte 6 de 6<a href="http://picasaweb.google.com/lh/photo/-FtWpyPNQ39xsW7tLs23TvdQVOsoXG_hh5ly_ilk3Kk?feat=embedwebsite"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha3vATiDj11GghZiFXKSVA4awyEthogQ13MXkw8wA4Aj5rW-fQqTOU25jg8dQ6LW0Scez7B64UeOUaB_UYUoVyizQTFdM6FjrYlJ8KfOFKJqkL9ATvfRx6xDAhwfUaPZwK_ReOShvJn8w/s400/inquis1.jpg" /></a><br />
<br />
<div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Precisava falar com ela antes que fosse queimada, queria saber por que defendia tanto suas idéias e não abaixava sua cabeça para ninguém tinha uma determinação admirável e não sei por que estava gostando disso, cheguei a sua cela como imaginei estava bem debilitada e machucada e ao vê-la assim veio uma vontade de chorar e uma certa pena do que ela estava passando. Olhou para mim e sorriu dizendo que sabia que eu iria lá, se levantou e olhou para a janela e disse que está noite não haveria mortos pois ainda não era a sua hora de ir para o mundo dos mortos, só poderia ir depois que concluísse sua missão na terra, fiquei curioso e perguntei que missão era está. Chegou perto de mim e segurou minhas mãos e as pôs em seu coração e disse que eu saberia na hora certa, fiquei desconcertado e sai da jaula olhando para minhas mãos como uma criança com brinquedo novo, me sentindo muito estranho mais queria estar errado, pois estou me apaixonando por uma bruxa, isso não é certo por que sou um inquisidor um homem casto e que só vive para purificar pessoas impuras.<br />
Acompanhei os preparativos para o espetáculo da purificação de perto queria ver se estava tudo certo, pois ela sendo uma bruxa poderia fazer algo para escapar da fogueira, com tudo pronto chegava a hora da purificação da bruxa, logo estaria pura e perto de Deus. Apesar disso eu me sentia diferente das outras vezes em que purifiquei pessoas na fogueira, estava triste e meio receoso em fazê-lo. Chegou a hora, iria ser queimada na parte central do lugar e o lugar ficou cheio, foram pega-la e passou arrastada pela praça central, foi xingada e alvo de pedras e outras coisas até chegar ao lugar de sua purificação. Olhou para mim com um ar de vitória, fiquei atordoado ultimamente toda vez que me olhava eu ficava assim, desviei meu olhar e mandei que fosse pressa no tronco para ser purificada na fogueira.<br />
Fui até ela e com um crucifixo perguntei se aceitava a Deus: Nem Deus pode mudar seu destino inquisidor e o meu, hoje não serei queimada nessa fogueira e você terá seu destino ligado ao meu para sempre. As palavras dela pareceram uma profecia e ao terminá-las começou a chover fortemente e o fogo que havia começado foi logo apagado todos correram da chuva inclusive os guardas e os padres, a bruxa se soltou das cordas e veio até mim e confirmou o que havia dito: Eu disse que não iria ser queimada e estava certa disso como você pode ver. Perplexo, confuso, com medo, feliz, molhado, deixei o crucifixo cair no barro molhado pela chuva e fui à direção dela e a beijei. Sentir seu corpo e seus lábios me deixou feliz, como se fosse água para o sedento ou comida para o esfomeado.<br />
Ela me olhou após o beijo e me disse: Você me ama e eu te amo, soube disso desde que te vi no riacho, mas não poderemos viver esse amor aqui infelizmente, minha missão foi cumprida. Você terá de volta tudo que fizeste na vida, é a lei do retorno e isso nem eu posso impedir. E repentinamente, saiu de meus braços e correu na direção das montanhas tentei impedi-la mais a voz de um padre me parou. Disse que tinha visto o que eu fizera e que estava enfeitiçado pela bruxa e que deveria ser purificado. Fui preso e logo teria o mesmo destino dos outros que eram acusados disso, que ironia um purificador sendo morto por que se apaixonou por uma mulher que era uma bruxa.<br />
A tortura foi horrível agora entendia o que minha mãe sentiu quando foi torturada por mim, era muito doloroso mal podia andar, pois tinha uma perna quebrada e um braço também, além dos machucados pelo corpo todo, o julgamento foi rápido e fui declarado culpado, o que era obvio, seria queimado na fogueira no mesmo dia e assim foi feito.<br />
A noite como que se escutasse os pedidos dela, parou de mandar suas lágrimas e estrelou-se, como uma mulher usando seu melhor vestido e eu só olhava para o horizonte, buscando minha amada mais não a vi, o fogo estava vindo em minha direção. Lembrei do que havia feito com as pessoas e da lei do retorno que a bruxa havia dito, realmente estava tendo o que desejei aos outros, o fogo vinha rapidamente logo estaria queimado e iria para junto de minha mãe, espero que ela tenha me perdoado.</span></div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-13624951099348887402010-06-19T12:00:00.001-03:002010-06-19T12:00:04.196-03:00O inquisidor e a bruxa - parte 5 de 6<a href="http://picasaweb.google.com/lh/photo/CNB-2PteK7uLG1hPsHBGbfdQVOsoXG_hh5ly_ilk3Kk?feat=embedwebsite"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjr79a4gwHsHxImqp8sVKr1BouBQCssrf-0t5gkbiB6FKXbzFy8g8vYTM061FBy7ua7AUNtR3x1BaJFxWeMlah_0JQPOO1ahTrWH5Yd11ZKQdcumH_FaRLXcyMPfVDJUJ6lxTniwMVyrTA/s800/inquisicao14.jpg" /></a><br />
<div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> O julgamento da bruxa iria começar, e eu não parava de olhar para seu corpo, o feitiço dela realmente era muito forte e estava me dominando por completo. Chegou a hora, iria finalmente vê-la frente a frente, estava bela como sempre, apesar de abatida e ao me ver chegar ser aproximou e me disse palavras que não irei esquecer: Por que vocês atacam religiões diferentes da sua, que existem há bem mais tempo e que nunca fizeram mal a ninguém, vocês e sua religião sim fazem o mal com seu poder fajuto e sanguinário que destroi o que não pode comandar, ou os que não obedecem a suas leis mesquinhas não tenho pacto com demônios não sou demoníaca ,tentei interrompa-la mas não obtive sucesso, e ela prosseguiu com uma força incrível; .Nós praticamos ritos para nos alinharmos ao ritmo natural das forças vitais, marcadas pelas fases da Lua e aos feriados sazonais. .Nós reconhecemos que nossa inteligência nos dá uma responsabilidade única em relação a nosso meio-ambiente. Buscamos viver em harmonia com a Natureza, em equilíbrio ecológico, oferecendo completa satisfação à vida e à consciência, dentro de um conceito evolucionário., nós damos crédito a uma profundidade de poder muito maior que é aparente a uma pessoa normal. Por ser tão maior que ordinário, é às vezes chamado de "sobrenatural", mas nós o vemos como algo naturalmente potencial a todos, nós vemos o Poder Criativo do Universo como algo que se manifesta através da Polaridade - como masculino e feminino - e que ao mesmo tempo vive dentro de todos nós, funcionando através da interação das mesmas polaridades masculina e feminina. Não valorizamos um acima do outro, sabendo serem complementares. Valorizamos a sexualidade como prazer, como o símbolo e incorporação da Vida, e como uma das fontes de energias usadas em práticas mágicas e ritos religiosos. </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Consegui interrompe-la segurando-a, porém ao fazer isso ela me olhou e se aproximou de mim e beijou-me, não tive reação e deixei-me beijar e ao dar-me conta estava totalmente nua, olhar para aquele belo corpo me deixou atordoado e tive o impulso de me encontrar com ele e no mesmo instante recuei e sai da cela confuso. Amanhã ela seria julgada e eu teria de fazer o certo e não deixar os poderes da bruxa me consumirem.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> A noite passou lentamente não consegui dormir pensando no que a bruxa disse e no que havia feito com minha mãe, será que eu estava fazendo o certo quando tentei purifica-la, se não o tivesse feito ela estaria viva agora. Desisti de dormir e comecei a pensar no que iria fazer com a bruxa, realmente era bela e o feitiço que jogaste em mim era forte pois estava cada vez mais hipnotizado pela sua beleza. Amanheceu, e logo me aprontei para o julgamento com um estranho aperto no coração.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Ao chegar ao local do julgamento, me sentei e ordenei que ela fosse traga a mim e ao chegar fiquei triste ao ver o que haviam feito com ela, estava totalmente machucada e mal conseguia andar vendo-a assim lembrei de minha mãe e das conseqüências que a tortura teve. Os padres começaram com as acusações e ela não falava nada apenas ficava ouvindo e rindo, por que não se defendia, por que não demonstrava sentimentos, independente do que falavam sobre ela, estava cada vez mais confuso para mim.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Ela finalmente quebrou o silêncio, assustando a todos com seu discurso: Vocês destroem tudo que não conhecem ou que pode diminuir o seu poder perante os pobres coitados que tem mais medo do que respeito por vocês queimam pessoas por prazer, com a desculpa que estão endemoniadas mais na verdade queimam para ser afirmam como o poder supremo o que não pode ser desrespeitado e o único que pode dominar, pois saibam que antes da sua igreja e do seu Deus já existiam outros deuses e outras religiões, sua igreja foi criada por homens por isso é como eles, corrupta, mesquinha, hipócrita, cheia de defeitos, como um ser humano. Foi interrompida com um golpe no rosto que a faz sangrar.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Por unanimidade foi acusada de bruxaria e calúnia, e como era previsível será queimada na fogueira ao anoitecer</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</div></span>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-13572407915227914192010-06-16T12:00:00.002-03:002010-06-16T14:35:26.088-03:00O inquisidor e a bruxa - parte 4 de 6<div align="justify"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> O que seria aquela mulher, e por que me dissera aquilo, voltei para meu quarto pensando nisso e passei a noite em claro com as palavras dela em minha mente e sem dormir e ensopado de suor resolvi abrir a janela e respirar um pouco do ar noturno. Ao abrir a janela e olhar ao redor, por sorte, a janela ficava numa boa vista do povoado poderia vê-lo todo e ainda algumas montanhas, como era de se esperar todas as pessoas estavam dormindo, pelo menos pareciam estar pelo silêncio. Olhando melhor vi somente uma pessoa na porta de casa olhando para o mosteiro e pra minha surpresa era a bela e estranha mulher, estava com o olhar fixo para a minha janela, por que olhava para mim, como sabia que eu estava naquele local?... Será que mandou seu filho saber onde eu estava para me vigiar, eu estava estranhamente inquieto olhava fixamente para o belo corpo dela e num impulso coloquei uma veste e desci as escadas do mosteiro a fim de encontrá-la.<br />
Desci as escadas correndo e com grande pressa, ao chegar ao gigante portão do mosteiro mandei o vigia abri-lo e antes que se abrisse por completo sai e me dirigi ao local onde a mulher estava. Ao chegar lá tive uma surpresa decepcionante: ela não se encontrava mais lá, havia sumido como a lua naquela noite. Procurei por ambos os lados e nenhum vestígio, nem de mulher e nem de criança. Voltei para o mosteiro e ao subir as escadas encontrei um padre e ao falar com ele vi que estava sem fôlego achei aquilo estranho e lhe perguntei por que estava assim, e ele me respondeu que não tinha meu corpo esbelto e que não tinha mais a minha idade e que qualquer caminhada mais puxada o deixava cansado resolvi ajuda-lo a voltar para o quarto acabando eu ficando ofegante.<br />
Andei mais um pouco e cheguei ao meu quarto, finalmente iria dormir, realmente a noite foi longa. Ao abrir a porta outro susto: a misteriosa mulher estava lá, fiquei mais confuso ainda e ao me aproximar ela se despiu, mostrando seu belo corpo por completo, e se aproximou de mim beijando-me, tentei me afastar mais não consegui.<br />
Acordei num susto e percebi que estava desnudo não lembrava de nada que ocorrera no dia anterior, mas pelo modo que eu me vi era obvio. Vesti-me e com uma sensação estranha, me sentia feliz, desci para a capela os padres já rezavam, logo conclui que estava atrasado, me ajoelhei e comecei a rezar, pelo menos tentei a visão da misteriosa mulher nua me vinha à mente a todo o momento e as palavras dela ecoavam em minha mente.<br />
Resolvi busca-la na cidade procurei em todos os lugares e nada. Onde ela morava e por que ninguém me dava nenhuma pista. Voltei ao mosteiro e pus um manto e cobri meu rosto, assim sem as roupas de inquisidor talvez me respondessem, e assim foi me disseram que ela morava na casa mais distante do mosteiro e que vivia sozinha com duas crianças que foram abandonadas e que pelo que parece, todos tem medo dela, mas por que será?<br />
Cheguei à casa que me foi indicada tive medo de entrar e quase recuei, porém voltei atrás e bati na porta, ela estava aberta e resolvi entrar. Ao entrar vi varias coisas penduradas, galhos de árvores, flores, pedaços de animais, vidros, pedras, o que era aquilo? Ela era uma bruxa.<br />
Agora as coisas faziam sentidos, os sumiços repentinos e tudo mais, sim ela era uma bruxa um ser maldoso e belo que tinha seus poderes tirados do mal, ela se assustou e me olhando com a calma de sempre disse que nem os lados opostos em que nos encontrávamos poderiam nos separar, preferi tampar meus ouvidos, pois aquilo deveria ser uma bruxaria, sim ela tinha me enfeitiçado por isso pensava nela insistentemente. Sai daquela casa e rapidamente me dirigi ao mosteiro e expliquei a situação aos padres e logo os soldados foram pega-la. Ela não demonstrou revolta e foi presa sem rebelia. E ao chegar olhei para ela e senti meu coração apertar, seria o poder da bruxaria que ela me rogou?<br />
</span></div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-3436926358607978442010-06-12T12:00:00.002-03:002010-06-16T14:39:57.103-03:00O inquisidor e a bruxa - parte 3 de 6<div align="justify"><a href="http://picasaweb.google.com/lh/photo/xZLccJP_i4KihClisqgnBPdQVOsoXG_hh5ly_ilk3Kk?feat=embedwebsite"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvqZC0wcwOvBwIrQ2ESpfYscqaRo5KESig7ZYy5LXB8CO6VTEJesPDhpNfutdnhCZaOt6NfJ1KaeFY59LJ5ZQ7jYtZ6s6Pl583FIkInzDOYpBTUeMIBR9MM1h1-OdGBS6pXI9ySlK3rRk/s800/conciencia.jpg" /></a></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Finalmente cheguei ao meu destino, o lugar era pobre pessoas vestindo trapos e me olhando com olhar de cobiça, as árvores do local eram bem grandes e estavam em fileiras formando um corredor para a entrada o cheiro era insuportável e a imundice era sem igual. Cheguei à igreja, e logo ao entrar soube que um padre tinha se rendido ao prazer da carne com uma miserável do local, um homem que sempre serviu a Deus não poderia Ter feito isso por vontade própria e sim delubriado por um demônio em corpo de mulher, uma herege ou bruxa talvez. Foi inocentado e teve de pagar uma penitência, se chicoteando cinqüenta vezes, eu queria saber quem era a mulher e resolvi perguntar ao padre como ela era, ele me respondeu que não se recordava, pois estava escuro.<br />
Já estou aqui há dois dias e não consegui nada de concreto sobre essa tal mulher, resolvi esquece-la por uns momentos e conhecer o lugar, apesar da imundice havia locais bonitos, as montanhas ao redor do local estavam cobertas de grama e o riacho que corria por dentro do vilarejo, por incrível que pareça se mantinha límpido, resolvi parar um pouco para descansar e me refrescar sentado numa pedra olhava para o nada pensando no que havia acontecido com minha mãe e o que ela e os habitantes daquele local me falaram, meu pensamento foi interrompido por uma criança que estava chorando insistentemente, iria acudi-la, porém uma mulher apareceu e a pegou no colo, provavelmente era sua mãe, pois a criança parou de chorar no mesmo momento. Ela era muito bela, alta, cabelos longos negros, olhos claros, um corpo esguio, era muito bela e apesar de suas roupas maltrapilhas percebia-se sua beleza.<br />
Aproximei-me dela e lhe dei bom dia, me respondeu rapidamente e perguntou-me se eu era novo no lugar respondi que sim e lhe disse que era o inquisidor, ela não teve nenhuma reação quando eu disse quem era apenas se virou e disse que estava com pressa e sumiu por entre as árvores. Voltei para a igreja e lá após as missas e as obrigações. Resolvi ler no meu aposento, ao abrir a porta me deparei com uma criança, à mesma que vi no riacho, me assustei e ela acabou fugindo de mim pelo corredor, tentei pega-la, porém não tive sucesso. Estava cansado da corrida que fiz e resolvi beber água e já como não tinha mais água onde eu estava fui até a fonte da igreja e ao chegar lá me deparei com a mulher e a criança novamente, perplexo e confuso fui a sua direção e lhe perguntei o que estava fazendo lá num local apenas para padres, ela me respondeu que nossos destinos estavam traçados e que nem Deus nem o demônio poderiam interferir e sumiu novamente por uma entrada da igreja</span></div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-84396058766806898762010-06-09T12:00:00.003-03:002010-06-16T14:38:52.615-03:00O inquisidor e a bruxa - parte 2 de 6<div align="justify"><a href="http://picasaweb.google.com/lh/photo/czgtKzRsgEeerycoIBeB4fdQVOsoXG_hh5ly_ilk3Kk?feat=embedwebsite"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhTgOg2Wksn-orrMzzdnfJWHEYEsM8JVgG1KS1gZoM5ksTMNGiu13U7LYp-x1xcEAlVfIFJNQKGpNtaynAUgrsyPwkTpffCOo97InEduNBZpXLG3X5qOP2RNXyaIxadxD3rPSFsS2ysR4/s800/desenho_joana_darc_fogueira.jpg" /></a></div><br />
<div align="justify"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Terceiro dia de viagem, já estava exausto e morto de fome, pararia no próximo povoado para comer algo e visitar minha mãe. Ao chegar, mais uma recepção majestosa digna de um inquisidor após um jantar na igreja local e de algumas horas de conversa fui rever minha mãe.</span><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Abri a porta, apresado queria logo revê-la, beijar sua testa e ver o seu olhar de orgulho, ela já era idosa mal conseguia andar, mas tinha uma força de vontade incrível tinha se mudado para cá há pouco tempo e já era querida por todos e pensar que essa mulher velha e acabada tinha gerado um ser como eu, realmente o destino é estranho. Tive que comer lá também apesar de estar com a barriga cheia, minha mãe é teimosa como uma mula e meus esforços para não comer novamente foram em vão tive que comer tudo e repetir. Acabando meu novo jantar, fiquei sentado e tirei minhas vestimentas de inquisidor, ela apontou para minha marca de nascença, uma cruz na altura da cintura, simétrica, perfeita, não existia prova maior que essa sobre o meu destino ali: purificar os impuros. Comecei a conversar com minha mãe, ela queria saber o que eu estava fazendo lá e por que não tinha avisado que iria passar lá antes, assim ela prepararia algo para eu comer, provavelmente algo que eu gostasse. Contei a ela o motivo da minha viagem e disse o que eu fiz nos povoados em que passei até chegar ali, ela ficou horrorizada e me indagou se o que eu fazia era correto, eu disse que sim, pois expulsava demônios das pessoas. Ela continuou a não aceitar o que eu dizia.</span><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Será se ela está com demônios, talvez, mais por que logo ela? Minha mãe. Seria uma tentação? Os demônios possuírem ela para tentarem me desviar do meu caminho, não poderia deixá-lo no corpo dela felizmente eu sei como tirá-los teria que purifica-la e se mesmo com a tortura ela não aceitasse a Deus, terei de queimá-la. Ela foi pega e arrastada pela rua, todos ficaram indignadas, claro, aquele povoado estava totalmente impuro logo não iria saber que aquilo era para o bem dela. Ao ser traga a mim ela implorou misericórdia, porém eu a acalmei dizendo que ela ficaria bem e que logo iríamos voltar a nossa vida, era só ela aceitar a Deus, a recusa veio na mesma hora junto com o pedido materno, Deus! Por que o demônio usa as palavras de minha mãe para me tentar. </span><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Achei melhor deixa-la à noite na prisão da igreja, pois assim talvez ela aceitasse a Deus e eu não precisasse torturá-la tanto já que quem aceita a Deus tem uma tortura mais branda. A noite passou e eu não preguei os olhos estava muito inquieto e irritado com o que fizeram à minha mãe, maldito povoado! Antes ela tivesse continuado onde nós morávamos lá sim era um lugar puro.</span><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> A torturei com muito pesar, parecia que estavam fincando uma lança no meu peito seria uma provação divina para saber se eu estava preparado para tudo? Minha mãe gemia e gritava de dor não podia mandar os padres abrandarem a tortura, pois eu poderia ser torturado junto com ela... Agüentei firme e ao término ela finalmente estava purificada e poderia voltar para casa, os ferimentos no corpo iriam curar com o tempo. Ela foi mandada de volta para casa e deixada aos cuidados dos freis iria lá à noite, teria que resolver outros problemas antes de vê-la.</span><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Cheguei a minha casa, ela estava cheia não sei o que acontece às pessoas me olhavam com raiva, porém não vinham até mim por medo. Uma mulher veio a mim com uma mistura de ódio e medo e me chamou de monstro me indagando como fui capaz de fazer aquilo com minha mãe, eu lhe disse que ela não estava aceitando a Deus e que deveria ser purificada.</span><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Ela me deu um tapa, e aos berros disse que a purificação foi boa por que agora ela foi para o lado de Deus pois havia morrido, as palavras dela foram como flechas em minha direção e ao olhar para o lado oposto vi o corpo de minha mãe coberto por um pano branco, mulheres chorando e palavras de indignação. Fiquei sem ação, o chão sumiu e eu me sentia num grande vazio, ela estava morta e por minha causa comecei a pensar se o que eu fazia era certo e chorei.</span><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Sai do povoado com uma parte do meu coração destruído se não a tivesse levado para a purificação ela estaria viva, não a culpa não é minha e sim das influências daquele lugar, antes quando ela morava na casa antiga não pensava assim, foi só se mudar para ser possuída pelos demônios. Precisava me manter centrado passei pela provação e agora estou mais forte, meu destino estava próximo e eu precisaria estar forte para purificar o distante povoado sem luz. Uma parada rápida num pequeno povoado para descansar os cavalos, estava ainda meio triste e preferi não sair fiquei no meu transporte.</span></div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-68268158480906854172010-06-05T12:03:00.001-03:002010-06-16T14:37:19.396-03:00O inquisidor e a bruxa - parte 1 de 6<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Olá, para comemorar o nascimento do marcador "trilogia" vou postar uma trilogia (jura??) escrita a alguns anos atrás e publicada no meu blog do blig. Essa trilogia cresceu e virou um livro que ainda vou terminar!</span><br />
<span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">Boa leitura!!!</span><br />
<div align="justify"><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">P.S: Me perdoem pela escrita digamos, simplória, preferi deixa o texto da forma que foi escrito, em outras palavras há 7 anos.</span></div><div align="justify"><a href="http://picasaweb.google.com/lh/photo/GWuKtTsY2qTVdy4a6ePiTPdQVOsoXG_hh5ly_ilk3Kk?feat=embedwebsite"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh31-WI3L1I1DoWhJK8pS0X0CToYXj84KPseIipmAEV9hvmHiJgqxy9JzLaHV0b_gFi8ytskj7Cs_-TiOW7QJUjAqOExUH78ERqVtqfLlRN8QB7ZK18iWYtBHZZFKVc6nazzBmX734HB5k/s800/queima%20de%20bruxas%20em%20toulouse%201577.jpg" /></a></div><br />
<div align="justify"><span style="font-family: Verdana,sans-serif;"> Depois de anos como padre finalmente consegui me tornar um inquisidor, é mais do que certo eu estar nesse posto sempre fui o melhor padre e nunca cai nos pecados da carne como os outros, sou uma grande autoridade todos me respeitam e eu faço as leis, queimo bruxas e feiticeiros purificando-os e levando-os ao caminho de Deus.<br />
Aos que não pagam os impostos à igreja eu puno torturando-os, pois a tortura expulsa os demônios e quando não aceitam a Deus com tortura também são queimados. Eu sou um pastor que recupera ovelhas desgarradas e as levando ao pastor maior que é Deus. Saindo de meu pensamento, volto a minha concentração à viagem, um povoado distante e muito pobre que precisa de luz, e eu serei essa luz.<br />
Vai ser uma viagem dura, quatro dias, irei passar por vários povoados e em todos levarei luz e purificarei os hereges queimando-os na fogueira divina.<br />
Finalmente a primeira parada, um povoado bem bonito com grandes árvores, pessoas bem vestidas, em sua maioria, com certeza iria conseguir muitos donativos para a igreja. Mandei meus servos arrumarem uma fila para pegar os impostos, porém um homem não quis pagar provavelmente estava com o demônio no corpo e eu como autoridade capaz iria expulsar do corpo dele. Foi preso e torturado, mas mesmo assim não aceitou a Deus, o demônio estava muito forte em seu corpo fazendo-o resistir às torturas, após a tortura ele teria que ser julgado em um tribunal católico com outros padres e o representante da inquisição, eu é lógico, durante o julgamento mal pode falar, estava ensangüentado e com alguns ossos quebrados, era o preço a se pagar para Ter os demônios expulsos de seu corpo, não aceitou a Deus e com isso teria que ser purificado na fogueira, iria ser queimado no dia seguinte ao alvorecer do dia.<br />
Estava tudo pronto, a purificação iria acontecer logo e mais uma alma pecadora iria ser purifica pelas chamas divinas. Até na hora final não aceitou a Deus e ao ser queimado gritava palavras satânicas. Meu trabalho estava resolvido ali teria que continuar minha viagem, a felicidade estava me possuindo e me deu vontade de rir pela felicidade de Ter purificado um pecador, mas logo me lembrei que eu não rio, rir é uma deformação da face, coisa do demônio e eu sendo um ser quase divino não poderia perder meu tempo rindo, logo estaria convocando o demônio. Após uma noite de viagem cheguei a mais um povoado e tive que fazer uma parada na igreja, conversei com os padres e soube que ladrões estavam roubando o ouro da igreja e que estavam distribuindo aos pobres, um absurdo! Como eles poderiam roubar o dinheiro da igreja e dar aos pobres, isso é um ultraje seriam queimados sem julgamento. E assim foi feito eles foram pegos e no mesmo dia iriam ser purificados no fogo, é um lindo espetáculo que eu não me canso de ver.<br />
De volta a minha viagem, faltavam dois povoados até chegar ao meu destino.<br />
<br />
</span></div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-52536029921461995132010-05-29T12:15:00.000-03:002010-05-29T12:15:00.312-03:00Cecília<div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
E mais uma vez ela me olha rindo, zomba de mim, debocha, instiga, provoca com um sorriso malicioso e infernal, me desafia, uma vez, duas, diversas vezes, cada vez mais poderosa, me questiona: por que? Debocha: Você não é capaz de fazer isso, é muito novo para conseguir. Ela me deixa louco, povoa meus pensamentos, penetra em meus sonhos mais profundos e até nos pesadelos, escovo meus dentes e pronto: ela ri de mim no espelho, deitado olhando para o lustre do meu quarto ela aparece no reflexo das luzes, sempre me provocando e duvidando de mim. Menosprezando-me! E eu que cheguei tão longe, ela quer mais, muito mais quer se sentir poderosa, dona da situação, única e soberana.<br />
O que vai fazer com ela? E comigo? Por que não fez assim? Quem você pensa que é? Enche minha mente de perguntas, algumas sem respostas e outras com duas, três ou até quatro respostas, nesses casos o problema não é a falta de respostas e sim o excesso delas e isso parece, não, diverte mesmo, à linda mulher dos cabelos negros que fica ali, sentada bem em cima do meu monitor, me guiando com um ar de professora de primário, mexe com o cabelo, linda. E eu a criei, e agora tem vida própria, uma poderosa e sagaz vida própria.<br />
Por que? Isso é possível? E ele? E a marca? Vai fazer isso mesmo com ela, é tão boa. Você é tão desumano assim? Ou gosta só de chocar os outros? Acho que é pra chocar.... não! Eu já sei, faz isso para ficar mais fácil não é? Cuidado, tragédias dão pano para manga e não terminam, melhor, não encurtam histórias. Eu te superestimei, acha que isso é algo substancial? Não, não é! É pouco, quase nada, algum ínfimo, ridículo e medíocre. Pensou num final, agora, e vai dar voltas até chegar nele, se chegar, me diz: é capaz de chegar?<br />
Os dedos dançam nervosos no teclado, e ela em cima do monitor, mexendo nos cabelos, esperando e olhando para mim a cada vez que eu levanto a cabeça, termino a dança dos meus dedos e busco uma inspiração para ser menos repetitivo. E ela me olha, rindo diz que ela é muito para mim agora, um projeto muito grande, para mim, devia continuar com seus contos, rápidos e sem grande problemas. Ela diz. Escreveu páginas e páginas, me deu vida, forma, poder, inimigos, aliados, amores, problemas, me transformou em alguém quase humano, com certeza seria sua paciente, não é? Tenho certeza que sim. As palavras do ser humano feito de letras e bits consegui me perturbar, desisto de fazer meus dedos dançarem na máquina de escrever do futuro e volto para o passado: meu caderno de escrita.<br />
Sentei na mesa, peguei um lápis, uma borracha e recomeço a escrever em páginas antigas de idéias mortas antes mesmo de nascerem. O lápis mancha a folha do caderno com a minha escrita – canhota e tortuosa, que somente eu e poucas pessoas entendem – e ela ali sentada de cócoras, como um amigo baixinho meu, e cruza os braços tentando ler os hieróglifos que eu escrevo, se irrita por pouco conseguir ler, diz que eu faço de propósito e se irrita, manda eu voltar para o computador, se irrita mais ainda com a minha recusa veemente. Por que fica nesse caderno? Depois vai ser obrigado a passar isso para o seu computador mesmo, por que não escreve logo tudo lá? Poupa tempo e paciência, a sua e a minha. Uma nova recusa a irrita mais ainda e me ver fechar meu caderno e conseguir tira-la de minha mente por uns instantes a leva a loucura e finalmente percebe que o dono da situação sou eu, apesar de tudo eu ainda sou o criador e você a criatura, Cecília.</span><br />
<br />
</div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-25419166354667853942010-05-22T12:50:00.000-03:002010-05-22T12:50:00.306-03:00Fotografias<div align="justify"><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> O carro parou na porta da velha casa. Um turbilhão de pensamentos explodiram na minha cabeça, anos e anos vivendo ali, tantas memórias, eu nasci, cresci e só sai dessa casa quando me casei, agora com anos nas costas e dois filhos no banco de trás do carro estou aqui de frente para ela, infelizmente não num momento muito bom o cheiro da mãe ainda deve estar aí dentro.<br />
Infarto fulminante foi o que o médico disse quando cheguei no hospital correndo, nem deu tempo de levá-la para um hospital particular(a teimosa nunca aceitou o plano de saúde que eu queria dar à ela, dizia sempre que eu devia me preocupar com meus filhos porque ela já estava velha) a sensação de vê-la na maca fria persiste até hoje, dois meses depois, e minha inutilidade nesse momento também, não poder Ter feito nada, chegar tarde demais, não Ter podido passar o último feriadão com ela, sim , o remorso me corroe e deve me degenerar por um tempo ainda.<br />
Chegou a hora, encarar a verdade, tocar na ferida ainda em carne viva. Fico pensando porque trouxe os garotos junto comigo, talvez porque sozinho eu não conseguiria entrar ali e dessa vez, só dessa vez mesmo, a barulheira deles me ajudaria. Eles adoravam a avô e seu jeito tranquilo de ser, como ela dizia: avós são pais sem a necessidade de educar e sim de estragar os netos! Acho que ela estava certa, mãe seus netos estão chegando faz sua lasanha e seu bolo de chocolate para eles, conta aquelas histórias do pai para alegria dos moleques, mostra as fotos antigas e amareladas – organização nunca foi seu forte mesmo – para eles rirem despreocupados. Achei que demoraria mais para Ter essas lembranças dela, infelizmente foi bem mais rápido do que pensei.<br />
A casa era bem grande, a morte do meu pai na guerra serviu para algo além de dor e saudade, da porta tinha um corredor grande com portas de ambos os lados, a primeira era a da sala, no lado inverso a cozinha, depois banheiro, meu quarto, o dela, a porta dos fundos que dava para um quintal enorme com várias arvores e mesmo assim sempre estava limpo, agora não estava mas, estava cheio de folhas e frutos caídos, o desleixo que ela abominava, do lado da porta dos fundos tinha a escada que dava para o sótão, era lá que estava os fantasmas escondidos na forma de fotos, brinquedos e outras tranqueiras empoeiradas. <br />
Dois meses fechada, a casa já estava com um ar típico de lugar fechado, se bobear tinha até mofo, se é que mofo cresce assim desse jeito, comida não havia mais na geladeira se tivesse talvez ainda seria comestível. As crianças brincam sem preocupações e eu olhando para o alto criando coragem, parece até que estou escutando zumbidos fantasmagóricos, esse menino tem medo até da própria sombra ela dizia, mãe é mãe conheci os filhos como os dedos da mão, agora uma escada me separava desses fantasmas e eu vou subi-la.<br />
O lugar era grande cheio de caixas e lençóis cobrindo moveis velhos, depois de quase ser soterrado pela caixa consegui abri-la e dentro dela? Nada de importante, panos, roupas, agulhas de crochê. O medo dos tais fantasmas foi me deixando enquanto eu remexia nas caixas e tirava os lençóis empoeirados, a cada caixa aberta minha mente viajava, uma fralda de pano minha antiga, um carrinho que meu pai fez e me deu de presente, foto minha vestido de marinheiro, uma foto da mãe, coisa rara ela não gostava de tirar fotos, essa eu vou guardar comigo, coisas e coisas, memórias de alegrias, choros, decepções, felicidades, brigas, discussões. Mais uma caixa, fotos do pai com sua roupa<br />
de militar, me segurando no colo, comigo na formatura do colégio, as medalhas – as pessoas morrem em campos de batalha e suas famílias ganham medalhas, como se medalhas pudessem substituir as pessoas mortas – o pai era um grande homem, cabeça-dura e conservador, porém, um grande homem.<br />
A gritaria dos moleques parou, devem Ter cansado melhor descer para ver o que aconteceu silêncio demais com duas crianças em uma casa pode ser fatal, descendo as escadas, eles não estão lá nos fundos onde estão então. Vagando pelos cômodos os encontro na sala, olhando assustados para o quarto, olho para lá também e meus olhos não acreditam no que vêem: minha mãe estava sentada na cama, olhando para nos três perplexos e assustados, com um olhar sereno e amoroso. Ela ou o que quer que aquilo seja se levanta e ensaia algo a dizer: Eu sei o quanto você é medroso meu filho, mas precisava te ver de novo saber se estava sendo bem cuidado por sua mulher, tanto você quanto meus netos. Fique tranquilo eu estou bem e sempre estarei com vocês, não se culpe pela minha morte não carregue isso consigo e lembre-se: eu amo vocês para sempre e na hora que tiver de ser nos veremos novamente até mais meus meninos.<br />
O despertador soou sua musiqueta irritante e ensopado de suor e com uma felicidade inexplicável vejo o sol nascer pela persiana.</span><br />
<br />
</div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-11580903319956646052010-05-18T22:03:00.000-03:002010-05-18T22:03:00.802-03:00Puta falta de sacanagem - VídeoRindo muito com ese vídeo, para quem não viu, tá ai:<br />
<br />
<object height="385" width="640"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/wY77acvzdoo&hl=pt_BR&fs=1&color1=0x3a3a3a&color2=0x999999"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/wY77acvzdoo&hl=pt_BR&fs=1&color1=0x3a3a3a&color2=0x999999" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="640" height="385"></embed></object>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-45061717910670059112010-05-14T12:52:00.000-03:002010-05-14T12:52:00.682-03:00O livro e a anulação<div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> <a href="http://picasaweb.google.com/lh/photo/KDOP4IwIt9QIVTqh-AwjS_dQVOsoXG_hh5ly_ilk3Kk?feat=embedwebsite"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjE5mlnaWWLcJPjEU_x5AUdi4BbX4SZTiQtNB9o-Nwt7VaAx7nA6MfZyI8W0ENSiw79gEp_NgPOduXm1g_Jz3RHzObHjZ4c31fmghBsnLx4Tn8v9gqqsUBaiCgdeSN0UGOvQ4nQ9Td0lo8/s800/livros.jpg" /></a></span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Que isso? – perguntou ele fechando o jornal.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Um livro, não está vendo? – respondeu ela de frente para ele</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- E para que um livro?</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Para ler, oras!</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Eu já estou lendo – disse levantando o jornal – não preciso de livros.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- E desde quando esse jornal sensacionalista, que torcendo você enche um copo com sangue de tanta morte que ele noticia é leitura? Eu estou te emprestando, é do Machado de Assis é muito bom.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Olha só – disse com o tom de voz alterando-se – você me conheceu assim, não vou mudar.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Claro! Não vai mudar, e eu João? E eu? Eu ia para restaurantes modernos, agora, por você vou a botecos e o lugar mais moderno que fui depois que casei com você foi num rodízio de massas! E meu corpo? Eu nunca liguei para os quilos a mais e depois que casei eu fiquei igual a uma louca na esteira correndo mais que seu hamster na rodinha, só para poder ficar do jeito que você queria, e servir de troféu para os seus amigos bêbados.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Mas você é... – nem conseguiu terminar a frase.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Não ouse terminar essa frase João Carlos! – gritou com toda a força dos pulmões – sem essa história de que você é homem e é assim mesmo e acabou você vai ler esse livro e todos os outros que eu indicar para você.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Prefiro meu jornal – debochou.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Jornal? Olha a manchete desse seu “jornal”: BANHO DE SANGUE NA FAVELA DA ZONA SUL. Me diz, desde quando isso é uma manchete de página principal. Leia os livros, você ganha mais.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Dispenso, tome fica com ele você.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Não! Você vai ler e, além disso, vai ir comigo nos lugares que eu ia antes de me anular para viver a sua vida. Podemos conciliar os dois mundos. – disse ela apaziguadora.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Ei! Eu gosto de ficar no botequim do Manoel e não vou sair para outro lugar, no máximo para a pizzaria do meu irmão. Você me conheceu assim Ohana, eu não mudarei.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Certo. – disse ela calma.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Que bom que entendeu, agora amor me faz um favor? Pega a minha cervejinha na geladeira.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Pega você – respondeu ela o surpreendendo – estou saindo, vou jantar com minhas amigas, comer comida japonesa. Tenha uma boa noite, volto mais tarde.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> João Carlos mal teve reação, viu somente a mulher saindo pela porta para comer aquele monte de peixe cru, como ele sempre diz.</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span><br />
</div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-46116217831988249382010-05-08T12:49:00.000-03:002010-05-08T12:49:00.505-03:00Microconto de dia das mães<div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Os anúncios na televisão, todos dizendo que sua mãe merecia algum produto lindo e supérfluo que pouco importava para ela. Queria muito ganhar um presente maior do que esses, mais importante e que ultimamente tinha sido deixado de lado. Tentou diversas vezes e de todos os modos que seu dinheiro conseguiu suportar. Os testes, idéias, simpatias, desconfianças, novos testes. E nada, a espera por alguém que não vinha começava a destruir aos poucos seu casamento. E com o tempo iria destruir.<br />
O pior eram as piadas e indiretas da família dele, pois nesses casos a culpa sempre é da mulher, ele dizia que era para ela não ligar, pois era brincadeira. Brincadeira? E desde quando ser chamada de árvore seca é brincadeira? E hoje no dia das mães ela tinha que ir, por obrigação para evitar uma briga, para a casa dos pais dele. Ver as irmãs e a mãe dele com aquela penca de filhos, olhando para ela como se fosse um monstro, ou algo esquisito. Uma árvore seca.<br />
Preferiu engolir seu orgulho por seu casamento e foi para o pelotão de fuzilamento onde sempre morria e retornava para morrer mais uma vez. E o mais engraçado era ainda levar um doce para seus carrascos. No carro as tentativas de se acalmar fluíram bem. Chegou lá com o sorriso falso no rosto, nunca achou que viraria um ser artificial. Entre beijos e abraços recebeu elogios. Escutou um: Pena que você não é mãe ainda, não é?<br />
Segurou fundo e deu a velha resposta: Ainda não. Mas terei muitos filhos. A mulher gorda respondeu: Se continuar demorando não terá idade para ter mais do que um filho. Sorriu e saiu. Ficou em um canto esperando o almoço começar. Sentiu o cheiro da lasanha e foi para a mesa. A barriga chiou e o cheiro da comida lhe deu enjôo saiu correndo para o banheiro e colocou o café para fora. O marido esperou na porta e ao ver o seu principio de desmaio ignorou o almoço e foi para um médico.<br />
O médico fez todos os exames necessários, aguardou ela se sentiu melhor e com toda a calma disse as palavras que ela sempre quis ouvir: Meus parabéns, mamãe.<br />
</span></div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-37730905084247549302010-05-01T12:50:00.000-03:002010-05-01T12:50:00.671-03:00Marli <span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Marli era o tipo de mulher estonteante, porém burra como uma porta, o que era um mero detalhe diante de sua beleza e sensualidade. Deixava os meninos do colégio loucos ao passar, muitos, com certeza, a estupravam no banheiro em pensamentos. Perdeu a virgindade com um professor do ensino médio, porém conseguiu passar em física com nota máxima.<br />
Tentou fazer faculdade, particular porque não tinha paciência nem saco e muito menos capacidade mental para estudar para o vestibular público. Quis fazer direito, pois achava chique e importante ser advogada. Descobriu que ler leis e estatutos era chato e que melhor era ficar com o jovem negro com cara de safado que a comia com os olhos.<br />
Saiu da faculdade e deixou os rapazes com uma tristeza no coração, e algumas moças também. Resolveu fazer um concurso público, já que é emprego garantido e sem necessidade de tratar bem, pois não se é demitido. Começou a assistir as aulas, enquanto os homens assistiam o movimento de seu corpo na cadeira. Não entendia nada das maluquices da concordância verbal e nominal, porcentagem e juros eram monstros para ele. Sorte que o moreninho com jeito de tímido se ofereceu para ajudá-la.<br />
Permaneceu no cursinho por dois meses, desistiu, o menino com jeito de tímido parecia ter sido abduzido e trocado por um clone atirado e safo com as mulheres, graças aos aprendizados de Marli, tanto os teóricos como os práticos. Aceitou o fato de sua burrice crônica e resolveu procurar um emprego. Foi a última a terminar a prova de português e matemática, porém foi aprovada para a vaga e o examinador ganhou um sorriso que a muito não se via em seu rosto.<br />
Começou no emprego, coisa simples ficar na recepção, atender uns telefonemas e anotar uns recados, conseguia fazer isso e ainda pintar as unhas. Até chegar o dia derradeiro. Quando ele surgiu. Ele. Entrou no consultório cabisbaixo e sem olhar para ela entrou direto na sala de consulta. Marli, surpresa por ser ignorada assim, se preparou para quando ele saísse. E ele ao sair com seus cabelos brancos e bigode engraçado olhou para ela e Marli com o orgulho ferido estufou os peitos. Ao ver o homem abrir a boca escutou somente umas palavras: dinheiro, morte, sozinho sem filhos, casamento.<br />
E hoje Marli continua linda, sensual e burra, todavia isso é um mero detalhe, pois as jóias que lhe cobrem deixariam até a mulher mais feia admirável.</span>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3708791674632228245.post-65782322110762408102010-04-22T00:03:00.002-03:002010-04-22T00:05:40.387-03:00Os opostos de afastam<div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Esperou do lado de fora do prédio, era melhor para ela do que ficar lá dentro escutando aquela gritaria e tentando entender aqueles painéis cheios de números mudando toda hora. Fixou o olhar no sapato, agora poeirento, porém ainda caro, bonito e o principal: sofisticado. Com os ouvidos ligados na música da Kelly Clarkson – Como ele ama essa cantora – o viu chegando com a mesma cara de fim de expediente: assustadora.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Beijaram-se – ela sentiu um gosto ruim na boca dele, ignorou achando que era por ele passar o dia gritando – pegou em sua mão e começaram a andar. Todos em volta observavam o casal, ela linda e charmosa e ele esquisito e desleixado. Os opostos realmente se atraiam.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Vamos jantar? – perguntou ela com um plano em mente.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Sim, tem uma pizzaria ótima por aqui perto, podemos jantar por lá – respondeu ele, simplório.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Pizza? Isso não é jantar de verdade, é jantar de quem está com preguiça de fazer um jantar, vamos a um restaurante francês.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Francês? – balbuciou a palavra pensando o quanto não iria gastar por ir nesse tal restaurante.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Não se preocupe, meu pai é muito amigo do dono do restaurante em que pretendo ir, ele não cobrará nada – falou como se estivesse lendo seu pensamento.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Eu faço questão de pagar – o orgulho masculino – senão eu prefiro te levar a um lugar onde posso arcar com suas despesas.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Que coisa mais antiga, Henrique! Parece um homem das cavernas falando assim...</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Fui educado assim e não vou mudar.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Certo, vamos comer pizza....</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> Depois de chegaram na pizzaria, pegarem o papelzinho cor de amarelo desbotado, sentarem, ele pediu uma cerveja e ela um refrigerante diet começaram a conversar enquanto o garçom com cara de irritado não chegava com a pizza.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Como foi seu dia? – perguntou ela muito mais por educação.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Complicado Marta. A resistência das ações da Petro foi para o espaço, o dólar está caindo demais e a economia lá dos americanos está influenciando a bolsa deixando todo mundo nervoso, esses novatos que pegaram a economia estável se assustam sem motivo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Hum... – preferiu fingir entender o que ele disse para que não lhe explicasse.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- E o seu? – rebateu a pergunta por educação tão igual ou maior que a dela.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Ai Henrique – ela sempre começava algumas frases assim – uma amiga minha quer dar uma festa, mas ela não tem a M-Í-N-I-M-A noção de como se dá uma festa de verdade, tadinha nasceu pobre a classe dela foi comprada por aulas de etiqueta. Descobri hoje que o Paulo César Leitão de Albuquerque Costa e Silva está traindo sua mulher com o massagista! Sempre desconfiei dele, principalmente depois que exigiu que esse tal massagista fosse junto com eles para a Holanda!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Nossa, que chato para ela... – usou da mesma tática da nova companheira para não alongar o assunto.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> A pizza chegou, ela reclamou que estava muito gordurosa, e que iria destruir sua dieta, ele começou a comer com as mãos mesmo deixando-a indignada. Nesse instante os dois pensaram que os opostos se atraem realmente, mas como são opostos se afastam em algum momento e o deles estava perto de chegar.</span></div>André Kaworu Silvahttp://www.blogger.com/profile/13159657432099635564noreply@blogger.com0