Chegou. Falou. Escutou. Respondeu. Alegou. Injuriou. Agrediu. Agrediu novamente. Gritou a plenos pulmões. Chutou. Falou mal. Parou. Chorou. Tomou um gole. Dois. Três. Acabou com a garrafa. Brincou com o gato. Xingou o gato. Jogou o gato longe. Tomou a segunda garrafa. A terceira. Quarta. Andou. Voltou. Avançou. Pegou a seringa. Aplicou. Viajou. Queria mais. Picou-se novamente. Acabou. Jogou a seringa na mesma direção onde jogou o gato. Precisava de mais. Mais. Mais. E mais.
Saiu pela rua. Ignorou o “oi” da velha fofoqueira. Pulou o muro. Correu pelo beco. Escalou outro muro. Bateu na porta. Disse o código. Entrou. Lugar imundo. Sentou. Esperou. Esperou. Ele chegou. Pediu mais. Ele negou. Queria o pagamento anterior. Prometeu pagar o mais rápido possível. Recebeu o que queria. Saiu. Pulou um muro. Correu pelo beco. Escalou outro. Respondeu ao “oi” da vizinha gostosa. Entrou em casa.
Acendeu o fogão. Jogou a panela. Vazia. Olhou em volta. Tudo virado. Tudo jogado. Tudo sujo. Deu de ombros. Pegou a arma. Mirou um alvo invisível. Pegou as balas. Saiu. Escondeu a arma debaixo do casaco. Ficou de frente ao mercadinho. Entrou. Fingiu interesse em algo. Espero o descuido. Tirou a arma do esconderijo. Apontou. Assustou a menina sardenta. Mandou colocar o dinheiro na sacola. Ela obedeceu. Ele saiu. E com o coração na mão chegou em casa. Riu. Jogou o dinheiro para o alto. O fogão continuava ligado.
Escutou baterem na porta. Demorou. Insistiram. Ignorou. Insistiram novamente. Ignorou. Arrombaram a porta. Homens de farda. Ele se assustou. Eles pediram calma. Ele não aceitou o pedido. Pegou a arma. Atirou. Correu. Os homens revidaram. Erraram. Acertaram no botijão. Explosão. Nem dinheiro e nem seringas. Pouco sobrou.
Saiu pela rua. Ignorou o “oi” da velha fofoqueira. Pulou o muro. Correu pelo beco. Escalou outro muro. Bateu na porta. Disse o código. Entrou. Lugar imundo. Sentou. Esperou. Esperou. Ele chegou. Pediu mais. Ele negou. Queria o pagamento anterior. Prometeu pagar o mais rápido possível. Recebeu o que queria. Saiu. Pulou um muro. Correu pelo beco. Escalou outro. Respondeu ao “oi” da vizinha gostosa. Entrou em casa.
Acendeu o fogão. Jogou a panela. Vazia. Olhou em volta. Tudo virado. Tudo jogado. Tudo sujo. Deu de ombros. Pegou a arma. Mirou um alvo invisível. Pegou as balas. Saiu. Escondeu a arma debaixo do casaco. Ficou de frente ao mercadinho. Entrou. Fingiu interesse em algo. Espero o descuido. Tirou a arma do esconderijo. Apontou. Assustou a menina sardenta. Mandou colocar o dinheiro na sacola. Ela obedeceu. Ele saiu. E com o coração na mão chegou em casa. Riu. Jogou o dinheiro para o alto. O fogão continuava ligado.
Escutou baterem na porta. Demorou. Insistiram. Ignorou. Insistiram novamente. Ignorou. Arrombaram a porta. Homens de farda. Ele se assustou. Eles pediram calma. Ele não aceitou o pedido. Pegou a arma. Atirou. Correu. Os homens revidaram. Erraram. Acertaram no botijão. Explosão. Nem dinheiro e nem seringas. Pouco sobrou.
André, ótima escolha, esse conto é demais! Adoro as frases curtas. Dá o clima do conto, a atmosfera tensa dos que vivem neste (sub)mundo. Abração.
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