As luzes estavam fracas, noite de natal, no criado-mudo ela improvisou uma árvore de natal, na porta do quarto uma guirlanda de natal e na cama, ele, com um gorro de papai Noel.
Nunca esqueceu a noticia que recebeu por telefone há dois anos atrás, um acidente de carro, a correria, o nervosismo, o hospital público, a dificuldade de fazer o pai dele, ex-marido dela, de custear a transferência do filho deles para o hospital particular, a explicação medica e a tentativa, em vão, de acalmá-la quando soube que seu filho, único, ficaria em coma.
Sempre passava o natal com ele, esse ano estava sozinha, a família se cansou da cena, um misto de grotesco e pena, de passar o natal em um hospital com uma pessoa em coma que poderia viver assim para sempre. Ela nem se importava, gostava do jargão de mão abdicadora, sem a intenção de gostar como dizia seu terapeuta.
- Já está quase na hora filho – disse esperando uma resposta que não viria – preciso fazer sua barba de novo – tocou no rosto dele amorosamente – eu fiz rabanada, sei que você adora – começou a fazer massagem na mão dele – você parece um anjo dormindo, não acha que já dormiu demais? – um sorriso modesto se desenhou em seu rosto.
Parou de monologar, substituiu as palavras pelo choro, um choro doloroso, choro de mãe!
- Dona Rebecca – interrompeu a enfermeira – não chora dona Rebecca, ele vai acordar um dia – tentou demonstrar esperança na voz – o pessoal fez uma ceia para comemorar o natal, sabe como é plantão é plantão. Vem? – a segurou pela mão – se despede do Rafael e vamos.
- Vou sim – quebrou o silêncio – deixa eu desejar feliz natal para o meu menino – beijou a testa dele – feliz natal meu amor.
- Dona Rebecca, pega as rabanadas e traz, pode ser?
- Claro, vou levar sim – beijou o filho mais uma vez e saiu com a enfermeira.
- Ele vai acordar – disse a enfermeira tentando animá-la.
- Eu sei, mas está demorando.
Andaram juntas pelos corredores do hospital indo em direção a sala de funcionários onde a ceia já rolava, com direito a comidas gordurosas e bebida.
E no escuro do quarto decorado, dois olhos azuis se abrem e mostram que milagres de natal existem.
**FELIZ NATAL, COMO É TRADIÇÃO, ESCREVI MAIS UM CONTO PARA O NATAL. SEMANA QUE VEM O CONTO DE ANO NOVO**
Nunca esqueceu a noticia que recebeu por telefone há dois anos atrás, um acidente de carro, a correria, o nervosismo, o hospital público, a dificuldade de fazer o pai dele, ex-marido dela, de custear a transferência do filho deles para o hospital particular, a explicação medica e a tentativa, em vão, de acalmá-la quando soube que seu filho, único, ficaria em coma.
Sempre passava o natal com ele, esse ano estava sozinha, a família se cansou da cena, um misto de grotesco e pena, de passar o natal em um hospital com uma pessoa em coma que poderia viver assim para sempre. Ela nem se importava, gostava do jargão de mão abdicadora, sem a intenção de gostar como dizia seu terapeuta.
- Já está quase na hora filho – disse esperando uma resposta que não viria – preciso fazer sua barba de novo – tocou no rosto dele amorosamente – eu fiz rabanada, sei que você adora – começou a fazer massagem na mão dele – você parece um anjo dormindo, não acha que já dormiu demais? – um sorriso modesto se desenhou em seu rosto.
Parou de monologar, substituiu as palavras pelo choro, um choro doloroso, choro de mãe!
- Dona Rebecca – interrompeu a enfermeira – não chora dona Rebecca, ele vai acordar um dia – tentou demonstrar esperança na voz – o pessoal fez uma ceia para comemorar o natal, sabe como é plantão é plantão. Vem? – a segurou pela mão – se despede do Rafael e vamos.
- Vou sim – quebrou o silêncio – deixa eu desejar feliz natal para o meu menino – beijou a testa dele – feliz natal meu amor.
- Dona Rebecca, pega as rabanadas e traz, pode ser?
- Claro, vou levar sim – beijou o filho mais uma vez e saiu com a enfermeira.
- Ele vai acordar – disse a enfermeira tentando animá-la.
- Eu sei, mas está demorando.
Andaram juntas pelos corredores do hospital indo em direção a sala de funcionários onde a ceia já rolava, com direito a comidas gordurosas e bebida.
E no escuro do quarto decorado, dois olhos azuis se abrem e mostram que milagres de natal existem.
**FELIZ NATAL, COMO É TRADIÇÃO, ESCREVI MAIS UM CONTO PARA O NATAL. SEMANA QUE VEM O CONTO DE ANO NOVO**
Mais um estudante de psicologia então... hahaha
Bom saber
Muito bom o conto
nessas epocas de festas, é facil se emocionar com situações assim
em imaginar que a "beleza" esta no fatode que essa situação se repete aos milhares na vida "real"...
Ja ta favoritado aqui
e volto pra ver o conto de ano novo...
abraço