16.6.10

O inquisidor e a bruxa - parte 4 de 6

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 O que seria aquela mulher, e por que me dissera aquilo, voltei para meu quarto pensando nisso e passei a noite em claro com as palavras dela em minha mente e sem dormir e ensopado de suor resolvi abrir a janela e respirar um pouco do ar noturno. Ao abrir a janela e olhar ao redor, por sorte, a janela ficava numa boa vista do povoado poderia vê-lo todo e ainda algumas montanhas, como era de se esperar todas as pessoas estavam dormindo, pelo menos pareciam estar pelo silêncio. Olhando melhor vi somente uma pessoa na porta de casa olhando para o mosteiro e pra minha surpresa era a bela e estranha mulher, estava com o olhar fixo para a minha janela, por que olhava para mim, como sabia que eu estava naquele local?... Será que mandou seu filho saber onde eu estava para me vigiar, eu estava estranhamente inquieto olhava fixamente para o belo corpo dela e num impulso coloquei uma veste e desci as escadas do mosteiro a fim de encontrá-la.
 Desci as escadas correndo e com grande pressa, ao chegar ao gigante portão do mosteiro mandei o vigia abri-lo e antes que se abrisse por completo sai e me dirigi ao local onde a mulher estava. Ao chegar lá tive uma surpresa decepcionante: ela não se encontrava mais lá, havia sumido como a lua naquela noite. Procurei por ambos os lados e nenhum vestígio, nem de mulher e nem de criança. Voltei para o mosteiro e ao subir as escadas encontrei um padre e ao falar com ele vi que estava sem fôlego achei aquilo estranho e lhe perguntei por que estava assim, e ele me respondeu que não tinha meu corpo esbelto e que não tinha mais a minha idade e que qualquer caminhada mais puxada o deixava cansado resolvi ajuda-lo a voltar para o quarto acabando eu ficando ofegante.
 Andei mais um pouco e cheguei ao meu quarto, finalmente iria dormir, realmente a noite foi longa. Ao abrir a porta outro susto: a misteriosa mulher estava lá, fiquei mais confuso ainda e ao me aproximar ela se despiu, mostrando seu belo corpo por completo, e se aproximou de mim beijando-me, tentei me afastar mais não consegui.
 Acordei num susto e percebi que estava desnudo não lembrava de nada que ocorrera no dia anterior, mas pelo modo que eu me vi era obvio. Vesti-me e com uma sensação estranha, me sentia feliz, desci para a capela os padres já rezavam, logo conclui que estava atrasado, me ajoelhei e comecei a rezar, pelo menos tentei a visão da misteriosa mulher nua me vinha à mente a todo o momento e as palavras dela ecoavam em minha mente.
 Resolvi busca-la na cidade procurei em todos os lugares e nada. Onde ela morava e por que ninguém me dava nenhuma pista. Voltei ao mosteiro e pus um manto e cobri meu rosto, assim sem as roupas de inquisidor talvez me respondessem, e assim foi me disseram que ela morava na casa mais distante do mosteiro e que vivia sozinha com duas crianças que foram abandonadas e que pelo que parece, todos tem medo dela, mas por que será?
  Cheguei à casa que me foi indicada tive medo de entrar e quase recuei, porém voltei atrás e bati na porta, ela estava aberta e resolvi entrar. Ao entrar vi varias coisas penduradas, galhos de árvores, flores, pedaços de animais, vidros, pedras, o que era aquilo? Ela era uma bruxa.
 Agora as coisas faziam sentidos, os sumiços repentinos e tudo mais, sim ela era uma bruxa um ser maldoso e belo que tinha seus poderes tirados do mal, ela se assustou e me olhando com a calma de sempre disse que nem os lados opostos em que nos encontrávamos poderiam nos separar, preferi tampar meus ouvidos, pois aquilo deveria ser uma bruxaria, sim ela tinha me enfeitiçado por isso pensava nela insistentemente. Sai daquela casa e rapidamente me dirigi ao mosteiro e expliquei a situação aos padres e logo os soldados foram pega-la. Ela não demonstrou revolta e foi presa sem rebelia. E ao chegar olhei para ela e senti meu coração apertar, seria o poder da bruxaria que ela me rogou?

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